Museu Histórico da Imigração Japonesa em São Paulo

Se tem um lugar que os fãs de história e cultura japonesa precisam visitar em São Paulo, esse é o Museu Histórico da Imigração Japonesa, no bairro da Liberdade.

Se você é descendente de japoneses e quer saber mais sobre a sua origem e o que trouxe sua família para o Brasil, esse é o museu certo pra você!

Além disso, o Museu da Imigração Japonesa é um excelente passeio para os curiosos e apaixonados por essa conexão Brasil Japão!

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Tivemos uma experiência muito bacana, e por isso eu vim aqui contar mais pra vocês.

O trabalho do Museu da Imigração Japonesa precisa ser mais divulgado e conhecido!

Museu Histórico da Imigração Japonesa: um pouco de história

O Museu Histórico da Imigração Japonesa fica no bairro da Liberdade e ocupa três andares do prédio do Bunkyo (Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa). 

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Nós participamos de uma visita guiada, conduzida pela presidente da comissão responsável pelo museu no Bunkyo, Lidia Yamashita.

Museu Histórico da Imigração Japonesa, Liberdade

Uma oportunidade única de ouvir sobre o acervo de uma das pessoas que mais entende sobre o assunto!

Esse é o maior museu sobre a imigração japonesa no mundo, com um acervo de mais de 97 mil itens.

Os dois primeiros andares do museu funcionam no sétimo e oitavo andar do Bunkyo. Foram inaugurados em 1978, em comemoração aos 70 anos da imigração japonesa no Brasil.

Eles contam os diferentes momentos dessa imigração.

Trazem objetos e relatos que relembram desde a assinatura do Tratado de Amizade Brasil Japão em 1985 (onde tudo começou), passando pela chegada dos primeiros imigrantes em 1908.

Museu Histórico da Imigração Japonesa, Liberdade
Foto: Fui Ser Viajante

Você vai ver em detalhes como era a vida dos primeiros japoneses que vieram tentar a vida tão longe de casa.

Já o nono andar o Bunkyo (onde está a terceira e última parte do acervo) foi inaugurado apenas em 2000. Essa parte do museu tem um ar mais moderno.

Conta principalmente sobre as mudanças que aconteceram nos anos do pós-guerra. Mas também traz muitos objetos que lembram a cultura e as conquistas da comunidade nikkei no Brasil e pelo mundo.

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Como é a visita ao museu?

Sétimo andar do Bunkyo

Aqui vemos o comecinho da história da imigração japonesa para o Brasil. Há uma cópia virtual, em português e japonês, do Tratado de Amizade, Comércio e Navegação entre Brasil e Japão.

Esse foi o documento que oficialmente viabilizou a vinda dos primeiros imigrantes japoneses para o Brasil.

Por lá ainda vemos um dos curiosos passaportes da época e uma linda maquete do navio Kasato Maru, que chegou no Brasil em 1908 trazendo os primeiros japoneses.

Toda essa história é contada através de roupas, fotos e instrumentos de trabalho, que contam a vida sofrida dos japoneses nas lavouras de café. Uma realidade bem diferente daquela prometida antes da imigração.

Ainda há uma sessão de taxidermia, com animais empalhados que lembram o desbravamento das matas virgens.

Ah, e a réplica de uma casa de colono, onde o dia a dia das famílias de imigrantes é reconstruído.

Museu Histórico da Imigração Japonesa, Liberdade
Museu Histórico da Imigração Japonesa, Liberdade

Oitavo andar do Bunkyo

Logo de cara há um espaço para que os descendentes possam buscar informações sobre seus antepassados.

Estão disponíveis dados de como várias famílias chegaram ao Brasil (localizados por nome, sobrenome, ano de chegada e/ou o nome do navio). Achei isso tão interessante!

Lidia inclusive falou que a funcionalidade está disponível online, no acerco digital do museu.

Museu Histórico da Imigração Japonesa, Liberdade

Esse andar apresenta os japoneses se aventurando em novas culturas agrícolas no Brasil, como o junco, chá preto e o linho rami.

Aqui, a agricultura teve um papel essencial na vida dos japoneses e o surgimento das cooperativas veio trazer mais oportunidades para a comunidade.

Também está retratada a chegada dos imigrantes na Zona Urbana de São Paulo, com a ocupação da Liberdade começando pela Rua Conde de Sarzedas (tudo aquilo que aprendemos no tour no bairro da Liberdade).

Ainda há espaço para contar sobre as primeiras pequenas indústrias e os difíceis anos de guerra.

Vocês nem imaginam quantos direitos foram retirados dos imigrantes aqui no Brasil por conta da presença do Japão na II Grande Guerra!

Museu Histórico da Imigração Japonesa, Liberdade
Museu Histórico da Imigração Japonesa, Liberdade

Nono andar do Bunkyo

No último andar do museu estão retratados os anos de retomada das relações bi-laterais Brasil-Japão.

São muitas fotos e objetos mais modernos, que mostram a participação da comunidade nikkei em diversas atividades pelo Brasil e no mundo.

Começam a aparecer com mais força as evidências dos casamentos inter étnicos. Também há destaques para as atividades dos japoneses integrados com a comunidade brasileira.

Tudo mostrando que os japoneses vieram mesmo para ficar!

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Museu Histórico da Imigração Japonesa, Liberdade
Museu Histórico da Imigração Japonesa, Liberdade

Nesse andar também há duas lindas obras de arte: painéis enormes, os originais do pintor Seiji Togo, intitulados “Paisagens do desbravamento dos imigrantes”.

Essas acabaram sendo as últimas obras do autor, que faleceu logo após concluí-las.

Os painéis já foram convidados para exposições no mundo, mas nunca saíram do Brasil. Até pela dificuldade de transporte de obras tão grandes, já imaginou?

Museu Histórico da Imigração Japonesa, Liberdade

Ali do lado dos painéis também fica um samurai que é a sensação para fotos no museu.

A Imperatriz Michiko e o museu

Um dos momentos mais bonitos da visita foi quando vimos um painel com o poema Estrada, escrito por Sua Majestade a Imperatriz Michiko do Japão. Ela falou sobre as percepções da sua viagem ao Brasil:

“Ao longo daquela longínqua estrada / Percorrida por vocês, imigrantes / No caminho difícil e vencido / Oh! Quantas vezes até agora / têm os ipês florescido?”

Museu Histórico da Imigração Japonesa, Liberdade

De alguma forma essa passagem mexeu comigo. No final do dia ganhamos livros do pessoal do Bunkyo, e eu trouxe pra casa um exemplar de Construindo Pontes, um livro escrito pela própria imperatriz!

Claro que nessa hora escolhi quem vai representar o Japão no Legendi Mundi, meu projeto de volta ao mundo com a literatura escrita por mulheres!

Como deu pra perceber, a visita ao Museu Histórico da Imigração Japonesa foi uma das atividades mais interessantes do encontro I Japão.br.

Um lugar cheio de aprendizado e boas surpresas! Se eu fosse você, viajante admirador da cultura japonesa, não perderia a oportunidade de visitar esse museu tão interessante de São Paulo!

Museu Histórico da Imigração Japonesa no Brasil (Site)
Onde? Rua São Joaquim, 381 – Liberdade – São Paulo
Quando? Terça a domingo, das 13h às 17h
Quanto? R$ 16,00 (gratuito às quartas-feiras)

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Fonte: Para confirmar dados históricos apresentados nesse post, fizemos pesquisa e referenciamos o site: Bunkyo e Museu Histórico da Imigração Japonesa.

Nota: Este post faz parte da série de publicações sobre o encontro I Japão.br. Todas as atividades desse encontro foram realizadas em parceria com empresas, inclusive a visita ao Museu Histórico da Imigração Japonesa.

No entanto, em respeito aos nossos leitores e à nossa política editorial, nossas opiniões refletem nossa experiência real na atividade e não foram influenciadas de qualquer forma pela parceria.

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Lila Cassemiro
Klécia Cassemiro (Lila, para os amigos) é fotógrafa, videomaker e editora de conteúdo no blog Fui Ser Viajante. Também é sommelier de cervejas, formada pelo Instituto Science of Beer. Viajante geminiana e curiosa, é especialista em desenhar roteiros fora do óbvio e descobrir os segredos mais bem escondidos de cada destino.
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Comentários:
Chronosfer disse:

você anda me provocando: Peru e agora chega com Japão e São paulo em várias faces. brincadeira à parte, acho fascinante os posts publicados, instigam o imaginário e por certo a vontade de viajar e conhecer novos lugares e culturas, pela forma como você mostra aqui. ao Japão, quem vai primeiro será você com certeza, agora São Paulo parece estar me chamando. maravilha tudo isso, Klécia. um grande abraço.