Conhecendo Machu Picchu: o dia que visitei a cidade perdida

Tem gente que acredita que Machu Picchu é um lugar místico. Que por lá ficou qualquer coisa de mágico, algum encantamento inca que manteve a cidadela escondida dos colonizadores espanhóis por tantos anos.

Tem pessoas que me juraram que por lá existem ondas eletromagnéticas especiais, que misteriosamente fizeram um bebê se acalmar de um choro irritante que persistia durante todo o caminho até a cidadela.

Também há quem diga que se você encontrar o túnel certo (ou seria um portal?) vai acabar chegando em Minas Gerais, numa outra cidadezinha mística conhecida como São Thomé das Letras.

O que é fato e o que é lenda, eu não sei. Mas todo esse falatório me deixou ainda mais ansiosa para conhecer a lendária cidade perdida dos incas, o grande tesouro do Peru.

E depois de visitar a capital Lima, Cusco e o Vale Sagrado, chegou o grande dia: estávamos enfim conhecendo Machu Picchu, a antiga cidade perdida dos incas!

O dia em que conhecemos Machu Picchu

Machu Picchu, em quéchua, significa ‘velha montanha’. Acredita-se que essa cidade protegida pelas montanhas do Vale Sagrado tenha sido um dos mais importantes centros urbanos para a antiga civilização inca.

Embora Machu Picchu não tenha sido a maior cidade do antigo Vale Sagrado (Pisac, por exemplo, era bem maior), a cidade perdida dos incas atrai pelo mistério. Até 1911, ninguém tinha muita certeza de onde ficava a cidade (ou mesmo se ela existia).

Parece que os incas, quando abandonaram a antiga cidadela, tomaram o cuidado de esconder os caminhos que levavam até ela.

Com a descoberta da cidade perdida, começaram os estudos sobre as suas ruínas.

A cidade nunca chegou a ser terminada, mas entre as construções foram encontrados templos, terraços para agricultura e calendários solares, entre muitas outras construções.

Há vertentes que defendem que, para o povo quéchua, Machu Picchu teria servido como uma espécie de universidade para estudos astronômicos, por exemplo.

Ou um centro espiritual. Ou uma cidade planejada para abrigar o grande soberano Inca, em uma situação de crise. Ninguém sabe ao certo…

Fato mesmo é que Machu Picchu nunca chegou a ser ‘descoberta’. Ela foi apresentada ao mundo, por descuido ou inocência, por locais que ocupavam a cidadela há anos, talvez sem saber o valor histórico das ruínas que eles habitavam.

Com isso, em 1911 foi organizada uma expedição pelo arqueólogo Hiram Bingham, que colocou Machu Picchu na capa dos jornais pelo mundo.

Não demorou até a antiga cidade perdida se tornar a principal atração do Peru, recebendo viajantes do mundo inteiro. 

Machu Picchu foi elevada à categoria de Patrimônio mundial da UNESCO, e mais recentemente foi eleita como uma das sete maravilhas do mundo moderno.

Conhecendo Machu Picchu

Conhecendo Machu Picchu: nosso planejamento

Nós visitamos Machu Picchu em setembro de 2017, logo depois que as novas regras para bilhetes e visitação entraram em vigor.

Sem saber exatamente como tudo estava funcionando, compramos ingressos para o turno da manhã (6h – 12h). A grande dúvida era se, ao meio-dia, o pessoal ia começar a expulsar os visitantes para a entrada do segundo grupo (bilhetes de 12h – 17:30h).

Por isso, decidimos não comprar nenhuma das trilhas pagas dentro do Parque Arqueológico de Machu Picchu (são duas, Waynapicchu e Machu Picchu).

E se não desse tempo? Melhor não arriscar. Decidimos que, se sobrasse tempo, faríamos uma das trilhas gratuitas do parque: Intipunku (a Porta do Sol) ou a Ponte Inca.

Os bilhetes de admissão geral foram comprados antecipadamente no site do Parque Arqueológico de Machu Picchu. É preciso levar os bilhetes impressos no dia da visita, junto com um documento oficial com foto.

A dica é levar o passaporte, já que em Machu Picchu existe um ‘carimbo não-oficial’, que você pode estampar em uma das folhas do seu documento de viagem.

Por fim, vá com roupas e calçados confortáveis, chapéu e uma mochila pequena com água. Não jogue lixo no parque!

Se você comprou ingresso para as trilhas Waynapicchu ou Machu Picchu, leve os bilhetes impressos e lembre-se de chegar na portaria de acesso da trilha no horário agendado.

Quer saber mais?

Confira os detalhes sobre as regras de visitação em Machu Picchu para 2018!

Conhecendo Machu Picchu

Como foi nossa visita a Machu Picchu

A gente bem que tentou chegar cedo no Parque Arqueológico de Machu Picchu. A ideia era entrar logo na abertura do parque, às 6h.

Mas com as filas enormes do ônibus que leva os turistas de Águas Calientes até o parque, a gente só chegou lá perto das 7h. As filas na portaria estavam enormes, mas andavam rápido.

Machu Picchu parte 1: visita guiada

Pelas redondezas, vários guias oferecem seus serviços. Contratamos um guia na portaria para fazer um passeio em grupo (sai bem mais em conta que os guias privativos).

Nosso grupo tinha 20 pessoas aproximadamente. O tour foi em espanhol, durou cerca de 2h e pagamos 30 soles por pessoa. Esperamos um pouco até o grupo terminar de se formar e entramos todos juntos. Os guardas conferem nossa bolsa, o documento e carimbam o bilhete.

As novas regras de visitação a Machu Picchu exigem que os visitantes entrem sempre acompanhados de um guia. Mas nós vimos muita gente entrando por conta própria. Ali na portaria descobrimos ainda outra coisa importante.

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Embora as regras oficiais de Machu Picchu falem que não é possível entrar no parque mais de uma vez, havia bilhetes notificando que UMA reentrada é permitida. Desde que seja dentro do horário do bilhete, o que no nosso caso era entre 6h – 12h.

Combinamos de fazer o tour guiado primeiro, que acabou por volta das 9:30h. Com o fim do tour em grupo, saímos da área do parque para ir ao banheiro. Aproveitamos para carimbar nosso passaporte com o carimbo especial de Machu Picchu.

O carimbo fica numa mesinha perto da saída do parque, do lado esquerdo. Não fica ninguém por lá, só chegar e carimbar 😀

Conhecendo Machu Picchu - carimbo especial no passaporte
Conhecendo Machu Picchu - carimbo especial no passaporte

Machu Picchu parte 2 –  visita independente e trilha Intipunku

Logo em seguida, fizemos nossa reentrada no parque. Eles carimbam nosso ingresso pela segunda vez e já avisam que não dá mais pra voltar depois de sair.

Nessa segunda volta, decidimos caminhar com mais calma pelo parque. Visitamos novamente alguns pontos que tínhamos visto com o guia e aproveitamos para fazer fotos.

Fizemos também a trilha Intipunku, que é uma subida de nível fácil a intermediário. No fim da trilha está a Porta do Sol, mais uma das construções de importância astronômica em Machu Picchu. A trilha leva aproximadamente 2h ida e volta.

Trilha Intipunku - Conhecendo Machu Picchu

Quando terminamos, estávamos cansados e já passava de meio-dia. Nenhum guarda apareceu para nos retirar do parque! Se a gente quisesse, a gente podia continuar passeando livremente por lá. 

A ideia era fazer a segunda trilha gratuita, mais rápida, até a Ponte Inca. Mas ficamos com medo do horário, porque nosso trem estava marcado para perto das 14h, lá em Águas Calientes.

Não teve jeito: abortamos a trilha e começamos a descida. Saímos do parque, esperamos boa meia hora na fila do ônibus para descer até Águas Calientes.

Para quem vai fazer as trilhas pagas de subida às montanhas: pode ir sem medo do tempo! Ninguém vai te expulsar do parque ao meio-dia. Só é preciso se planejar para COMEÇAR a trilha no horário marcado no bilhete.

Ou seja, programe-se para cruzar o portão de início da trilha dentro do horário marcado, ou você não vai poder fazer a subida das montanhas.

Depois de passar nesse portão de acesso da trilha, a subida e o passeio na cidadela você pode fazer no seu tempo.

No blog Latitude Infinita, você encontra um relato detalhado de como é a subida na Montaña Machu Picchu, vale ler antes de ir, se você tem vontade de viver essa experiência.

Nossa viagem segue para a Bolívia!

Quando chegamos em Águas Calientes, passamos rápido no Hostal La Payacha para pegar nossa mochila de ataque, que a proprietária tinha guardado pra gente no depósito do hostel até a gente voltar de Machu Picchu.

Nem deu tempo de almoçar. Já fomos direto para a estação de trem, onde lanchamos enquanto esperávamos a hora do embarque.

Era hora de voltar para Ollantaytambo de trem. Viajamos com a Peru Rail, o mesmo trem que nos trouxe até Águas Calientes (veja aqui mais detalhes sobre o trem para Machu Picchu).

Em Ollanta, na saída da estação já pegamos uma van até o centro de Cusco, por 10 soles. Passamos no hostel Pirwa Posada del Corregidor para pegar nosso mochilão. Decidimos viajar com pouca coisa até Machu Picchu, e agora era hora de arrumar as malas de vez.

Jantamos na cidade, nossa última refeição no país dos Incas. Estava acabando a primeira vez do Fui Ser Viajante no Peru.

À noite, fomos para a rodoviária de Cusco, pegar o ônibus noturno Cusco – Copacabana, nossa primeira parada na Bolívia. Mais um país pra colocar na nossa lista! Mais um destino desse mochilão incrível pela América do Sul!

* Nossas dicas te ajudaram? Que tal reservar seu hotel aqui pelo site? Somos parceiros do Booking.com! Este post contém links afiliados dos hotéis que nos hospedamos em Cusco (Pirwa Posada del Corregidor) e Águas Calientes (Hostal La Payacha). Reservando por esses links, você não paga nada a mais e nós recebemos uma pequena comissão do Booking.com. Isso ajuda a financiar as despesas do blog! Se quiser dar uma olhada em outros hotéis nas cidades que nos hospedamos pelo Peru, pesquise e reserve por esses links: Lima | Cusco | Ollantaytambo | Águas Calientes/Machu Picchu Pueblo. A gente agradece demais a você 🙂

Quer saber mais sobre nosso mochilão pela América do Sul?

Veja aqui todos os posts do Fui Ser Viajante no Peru!

Veja aqui todos os posts do Fui Ser Viajante na Bolívia!

Lila Cassemiro
Klécia Cassemiro (Lila, para os amigos) é fotógrafa, videomaker e editora de conteúdo no blog Fui Ser Viajante. Também é sommelier de cervejas, formada pelo Instituto Science of Beer. Viajante geminiana e curiosa, é especialista em desenhar roteiros fora do óbvio e descobrir os segredos mais bem escondidos de cada destino.
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