La Chascona, a casa-museu de Pablo Neruda em Santiago

Visita a La Chascona, Santiago do Chile | Quando eu penso em poesia em terras chilenas, o primeiro nome que vem à cabeça é Pablo Neruda.

“Se nada nos salva da morte, pelo menos que o amor nos salve da vida”, já dizia o maior poeta chileno de todos os tempos.

Neruda é um símbolo para a literatura mundial e a visitação em suas casas é uma ‘missão’ para todo amante de poesia que visita o Chile.

São 3 casas-museu no total, que nos colocam um pouquinho mais perto do que foi a vida do poeta.

Anota aí os endereços:

  • Isla Negra, a mais charmosa de todas, que fica na pequena cidade de El Quisco,
  • La Sebastiana, na colorida Valparaíso e
  • La Chascona, que fica em Santiago do Chile.

Das três, a visita a La Chascona é a mais fácil de realizar, já que essa casa-museu fica bem no coração de Santiago!

Conheça La Chascona

Se você pensa em incluir algum dos museus de Santiago no seu roteiro, La Chascona é uma ótima opção.

Ela está localizada em uma das rotas turísticas mais populares de Santiago, pertinho do Cerro San Cristóbal (aquele onde fica o zoológico e o teleférico) e dentro do charmoso bairro Bellavista.

A casa não é muito grande e não dá pra tirar fotos dentro dos cômodos, apenas nas áreas externas dos jardins – isso explica as poucas fotos desse post.

Mesmo assim, espero te convencer a visitar La Chascona (e depois as outras casas do Pablo). Vamos nessa comigo?

Visita a La Chascona, a casa de Pablo Neruda em Santiago do Chile

Visita a La Chascona: a casa-museu de Pablo Neruda em Santiago

A visita a La Chascona inclui um audio-guia em português, que vai te levando por cada cômodo. No caminho, você vai descobrindo a história da casa, dos amores de Neruda e sua relação com a política no Chile.

Neruda foi um homem de muitos amores. A casa começou a ser construída em 1953, segundo os caprichos do poeta, para abrigar sua amante de então, Matilde Urrutia.

São três andares de uma arquitetura bastante inusitada. A casa foi projetada para ter vista da amada Cordilheira dos Andes, mas também para lembrar um barco, por causa da obsessão de Neruda pelo mar e por temas náuticos.

O nome La Chascona também não foi acaso. Matilde era carinhosamente chamada por Neruda de (adivinhem?)… La Chascona!

A palavra tem origem no idioma quéchua e significa cabelos despenteados (embora também possa ser traduzida como estrela).

Em 1955, quando Neruda se divorciou de Delia del Carril, veio morar em La Chascona com Matilde. A pequena casa de dois cômodos foi aumentada para receber o novo morador – e continuou sendo ampliada por vários anos.

Neruda – um comunista assumido – faleceu poucos dias depois do golpe militar no Chile, em 1973. Com isso, dias depois do golpe a casa foi invadida e depredada por pessoas favoráveis ao regime de Pinochet.

Mesmo assim, Matilde cuidou para que o velório fosse ali mesmo, como um símbolo de amor e resistência.

A casa cheia de escadas e jardins foi restaurada por Matilde, que viveu ali até sua morte, em 1985. Hoje abriga a Casa-Museu La Chascona e a Fundação Pablo Neruda.

Leia também: Um dia para conhecer o centro histórico de Santiago do Chile

O que você não pode deixar de ver em La Chascona

Neruda era um colecionador, então La Chascona tem um pouco de tudo. Por muitos anos, trabalhou como embaixador do Chile em várias partes do mundo. Então a casa do poeta reflete as viagens do artista pelo mundo.

La Chascona tem também um certo tempero do mar, outro grande amor de Neruda.

As pinturas são impressionantes, merecendo destaque um quadro de Matilde pintado pelo muralista mexicano Diego Rivera.

A mulher tem seus enormes cabelos despenteados, mas se você olhar com cuidado vai perceber o perfil de Neruda nos contornos do cabelo. Um quadro que guarda o segredo do amor destes amantes.

Os jardins de La Chascona também são cheios de obras de arte de amigos de Neruda.

Visita a La Chascona, a casa de Pablo Neruda em Santiago do Chile
Visita a La Chascona, a casa de Pablo Neruda em Santiago do Chile
Visita a La Chascona, a casa de Pablo Neruda em Santiago do Chile

Outras peças interessantes são a esculturas africanas em madeira e a área do bar, todo decorado com peças náuticas.

O bar mesmo foi retirado de um navio! Além disso, há vários objetos divertidos, como um saleiro e pimenteiro identificados como ‘morfina e maconha’.

A sala de jantar é original e colorida, mostrando a atmosfera interessante da intimidade de Neruda.

E um grande detalhe é a arquitetura inusitada da casa, consequência do terreno irregular e das excentricidades do poeta chileno.

A casa foi sendo ampliada com o tempo, com projetos de diferentes arquitetos e todos os pitacos de Neruda. A casa por si só é uma obra de arte curiosa e merece a visita.

E os jardins são lindos demais também, cheios de arte de amigos de Neruda e um abrigo de paz no meio da cidade.

Visita a La Chascona, a casa de Pablo Neruda em Santiago do Chile

Como visitar La Chascona

A visita custa CLP 7000 (estudantes com identificação internacional pagam CLP2500). O audio-guia já está incluído nesse valor. Então, é só seguir as indicações do áudio para percorrer toda a casa e jardins.

São três andares espalhados pelo terreno irregular onde La Chascona foi construída.

Você pode combinar a visita a La Chascona com um passeio pelo bairro boêmio Bellavista e um passeio no Cerro San Cristóbal em Santiago.

Para visitar outras casas de Pablo Neruda: O blog Viciada em Viajar visitou a casa de Pablo Neruda em Isla Negra, e ainda combinou o passeio com uma vinícola.

Visita a La Chascona, a casa de Pablo Neruda em Santiago do Chile

Horários:
Março a dezembro: terça a domingo, das 10h-18h.
Janeiro e fevereiro: terça a domingo, das 10h-19h.
Fechado nas segundas.

Endereço: Fernando Márquez de la Plata 0192, Barrio Bellavista, Providencia, Santiago.
Para valores de ingresso atualizado e mais informações sobre La Chascona e as outras casas de Neruda no Chile, visite o site: https://fundacionneruda.org/

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Lila Cassemiro
Klécia Cassemiro (Lila, para os amigos) é fotógrafa, videomaker e editora de conteúdo no blog Fui Ser Viajante. Também é sommelier de cervejas, formada pelo Instituto Science of Beer. Viajante geminiana e curiosa, é especialista em desenhar roteiros fora do óbvio e descobrir os segredos mais bem escondidos de cada destino.
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Comentários:
Rafael Cassemiro disse:

Olá, Obrigado pela visita e comentário.

Michelle disse:

Tem tanta coisa interessante pra fazer em Santiago! Não me canso de curtir as ideias de passeios que ainda não fiz!

Eu estive neste museu e adorei tudo. As excentricidades do local o tornam fascinante. Revivi minha viagem a Santiago através do seu post! Abraços!

Fabia Fuzeti disse:

Que legal é o visual da casa! Infelizmente não deu tempo de visitar a Cascona quando fui a Santiago, mas vendo seu post me arrependi!!!!

Katarina Holanda disse:

Que legal a visita, Klécia! Eu queria tanto ter conhecido melhor Santiago. Não sou muito ligada em poesia, mas não tem mesmo como lembrar do Chile sem lembrar de Neruda. 🙂