O que fazer em Bolonha Itália: roteiro completo com mapa e dicas
Está buscando o que fazer em Bolonha? Essa cidade italiana foi uma das melhores surpresas do nosso roteiro pela Itália.
A cidade é conhecida por três apelidos que resumem bem sua identidade: La Dotta, La Grassa e La Rossa.
- La Dotta (“a erudita”) faz referência à Universidade de Bolonha, fundada em 1088, considerada a mais antiga do mundo ocidental.
- La Grassa (“a gorda”) celebra a fama da gastronomia local, uma das mais ricas e saborosas da Itália, e
- La Rossa (“a vermelha”) se deve à cor dos telhados e construções medievais da cidade.
Ou seja: a cidade entrega história, gastronomia, cultura e é uma daqueles destinos que você vai conhecendo e amando ao mesmo tempo.
Apesar de ainda pouco explorada por brasileiros, Bolonha tem tudo para, cada vez mais, conquistar espaço dentro do cenário do turismo na Itália.
Neste post, compartilho o que fazer em Bolonha com mapa completo para montar seu roteiro. Você vai descobrir os melhores passeios em Bolonha, onde comer, onde se hospedar e nosso roteiro em Bolonha dia a dia.
Vamos nessa? Nesse post você vai ler sobre:
– Onde se hospedar em Bolonha
– Como se locomover em Bolonha
– Nosso roteiro de 3 dias em Bolonha
– Principais pontos turísticos de Bolonha
– Sugestões de bate volta de Bolonha
– Outros lugares para visitar em Bolonha
– Mapa de Bolonha com atrações
Onde se hospedar em Bolonha?
Para quem visita Bolonha, a melhor região para se hospedar é o centro histórico. É ali que estão concentradas as principais atrações, restaurantes, cafés e toda a atmosfera vibrante da cidade.
Hospedando-se no centro, você faz praticamente tudo a pé, o que facilita muito o dia a dia e deixa a experiência mais imersiva.
Já quem busca opções mais econômicas ou pretende usar Bolonha como base para bate-voltas, pode considerar os arredores — especialmente nas proximidades da Estação Central ou no bairro de Bolognina.
Nessas áreas, os preços costumam ser mais baixos e o acesso ao centro é fácil, seja caminhando, seja de ônibus.
Nós ficamos no meio do caminho entre o centro histórico e a estação, uma localização que achei interessante, e num hotel que também gostei bastante, com ótima relação custo benefício. Veja aqui os detalhes do hotel em Bolonha.
Como se locomover em Bolonha?
Circular por Bolonha é simples, já que a cidade é compacta e ideal para ser explorada a pé, principalmente se você estiver hospedado no centro.
Para distâncias maiores ou deslocamentos até locais como o Santuário de San Luca, os ônibus da TPER funcionam bem e cobrem boa parte da cidade.
Outra alternativa prática são as bicicletas e patinetes elétricos, fáceis de alugar e ótimos para se locomover com liberdade.
Carro, por outro lado, é desnecessário — e até problemático —, já que o centro histórico tem restrições severas de tráfego (as famosas ZTL, zonas de tráfego limitado).
A melhor escolha, sem dúvida, é deixar o carro de lado e aproveitar Bolonha no ritmo das ruas.
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O que fazer em Bolonha em 2 dias ou 3 dias – nosso roteiro
Nosso roteiro em Bolonha ficou bem redondo: usamos dois dias inteiros para explorar a cidade, visitar monumentos e museus, e comer muito bem — claro!
No terceiro dia, fizemos um bate e volta de Bolonha a Modena para visitar os museus da Ferrari.
Foi tempo suficiente para conhecer os principais pontos turísticos de Bolonha e aproveitar o clima local com calma.
A cidade é perfeita para quem gosta de explorar tudo a pé: o centro histórico é plano, cercado por mais de 40 km de pórticos que protegem do sol e da chuva — e ainda adicionam um charme especial ao passeio.
Confira os detalhes do nosso roteiro:
Roteiro Bolonha dia 1:
Esse dia foi todo dedicado às principais atrações de Bolonha. Vamos ver os clássicos!
- 09h – Comece explorando a Piazza Maggiore, incluindo:
- Basílica de San Petronio
- Fontana di Nettuno
- Palazzo d’Accursio e Torre dell’Orologio
- Voltone del Podestá
- 10h30 – Visite a Biblioteca Salaborsa
- 11h30 – Quadrilátero de Bolonha e almoço no Mercado di Mezzo
- 14h – Biblioteca Comunale dell’Archiginasio
- 15h – Caminhada pelas ruas e corredores de Bolonha (visite a Galleria Cavour e a Piazza Santo Stefano)
- 16h – Visita às Torres de Bolonha
- 17h – Happy hour na Salumeria Simoni
- 19h – jantar na Osteria dell’Orsa
Roteiro Bolonha dia 2:
Nesse segundo dia, vamos sair um pouco do roteiro tradicional e visitar lugares menos famosos – alguns já estão ganhando mais popularidade no Instagram, como a Finestrella, mas os demais ainda seguem menos populares.
- 9h – Parco della Montagnola e Scalineta del Pincio
- 10h30 – Via dellIndipendenza e Teatro del Sole
- 11h – Via Piella e Finestrella
- 11h30 – Catedral de Bolonha
- 12h – almoço no Mercado delle Erbe ou Pasta Fresca Naldi
- 14h – Pinacoteca Nacional de Bolonha
- 15h – Alma Mater Studiorum – universidade de Bolonha
Roteiro Bolonha dia 3:
Esse é o dia de sair de Bolonha e aproveitar para conhecer uma cidade dos arredores!
- Bate e volta de Bolonha
- Modena e Maranello – casa da Ferrari, ou
- Lamborghini Automobile Museum
- Museu Ducati
O que fazer em Bolonha? Principais pontos turísticos de Bolonha
Piazza Maggiori de Bolonha
Vamos agora visitar a Piazza Maggiore, a principal praça do centro histórico de Bolonha, projetada ainda na Idade Média (século XIII).
Desde essa época, a praça funcionava como palco de eventos públicos, mercados e celebrações cívicas, representando o poder da cidade-estado bolonhesa na época medieval.
Seu entorno está repleto de prédios importantes, como a Basílica de San Petrônio, o Pallazo dei Banchi e o Palazzo Comunale (ou Palazzo d’Accursio), sede histórica da prefeitura desde o século XIV.
Basílica de San Petrônio
Principal monumento religioso de Bolonha, a Basílica de San Petronio domina a Piazza Maggiore e tem uma história cheia de curiosidades.
A construção começou em 1390, quando a cidade, ainda uma república independente, quis mostrar seu poder. Conta a lenda que o projeto era erguer uma igreja gigantesca, ainda maior que a Basílica de São Pedro, em Roma.
O projeto ambicioso não agradou o Papa, que teria cortado o financiamento. Resultado: a fachada, nunca finalizada, mostra dois estilos arquitetônicos distintos.
Dedicada a São Petrônio, padroeiro da cidade, a basílica tem entrada gratuita na nave central. Por dentro, a igreja é linda. Olhe para o chão para ver o relógio solar de 1655, desenhado por Giandomenico Cassini.
Apesar da entrada na igreja ser gratuita, quem quer acessar o museu, terraço e Capela Bolognini precisa pagar um ingresso.
Essa capela, também conhecida como Capela dos Reis Magos, foi construída no século XV e é a mais antiga da igreja.
Ela é conhecida por seus afrescos, entre eles, uma representação polêmica de Maomé no inferno, que é uma fonte constante de debates entre católicos e muçulmanos, e já motivou duas tentativas de atentado nessa igreja.
Por isso, a visita à capela é controlada, com proibição de fotos e vídeos. Nós não chegamos a pagar ingresso, mas dá pra ver a pintura de longe.
Por conta dessa obra, a segurança dessa igreja é sempre reforçada. Quando ela está aberta, sempre tem um segurança na porta, e um carro do exército estacionado na praça
Palazzo Comunale
Depois de visitar a Basílica, você pode visitar o prédio ao lado, o Palazzo Comunale. Na fachada, há um destaque para a estátua do Papa Gregório, que criou o calendário gregoriano que usamos hoje em dia, e que era bolonhês.
Boa parte do interior do palácio tem visitação gratuita. Dá pra ver alguns salões, obras de arte e uma pequena exposição de fotos.
Também dá pra ver as escadarias monumentais, por onde os nobres acessavam os andares superiores sem precisar desmontar de seus cavalos.
Para quem gosta de vistas panorâmicas, é possível pagar um ingresso para subir na Torre do Relógio, que fica perto da praça, pode ser uma opção.
A subida é cansativa, mas a vista da cidade compensa, principalmente se você gosta de fotografia ou quer uma perspectiva diferente do centro histórico.
Piazza del Nettuno
Ao lado da Piazza Maggiore fica essa praça, onde se destaca a Fonte de Netuno, criada por Giambologna no século XVI.
Durante a construção, autoridades da Igreja exigiram que o escultor “moderasse” a anatomia do deus do mar, considerada ousada demais para um espaço público, ainda mais em frente à igreja de San Petrônio.
Giambologna atendeu ao pedido, mas deixou uma provocação: posicionou a escultura de forma que, vista de um ângulo específico, próximo à entrada da SalaBorsa, o dedo estendido da estátua cria uma ilusão de ótica que lembra um pênis ereto.
Imagina o escândalo na época, hahaha! Não se sabe se foi premedita ou um acidente, o fato é que essa é uma das muitas histórias polêmicas de Bolonha.
Biblioteca SalaBorsa
A SalaBorsa é um dos prédios mais interessantes de Bolonha — e muita gente passa batido. Fica logo atrás da Fonte de Netuno e hoje abriga a biblioteca pública central da cidade.
O prédio já teve outros usos ao longo dos séculos: primeiro foi sede da bolsa de valores (daí o nome “Borsa”), e isso talvez explique o luxo e suntuosidade da arquitetura.
Mas não olhe apenas para os dois andares superiores – olhe também para o chão! O piso de vidro indica que há mais um segredo de Bolonha bem aqui!
Durante reformas do prédio, foram encontrados restos da cidade romana de Bononia embaixo da Sala Borsa.
As escavações arqueológicas podem ser visitadas pelo público no subsolo do prédio (só pedem uma constribuição financeira livre para acessar.
Voltone del Podestá
Eu realmente fiquei surpreendida com a quantidade de “curiosidades e segredinhos” que existem aqui no entorno da Piazza Maggiori. Esse aqui é mais um deles.
Bolonha é repleta de corredores e arcos – são mais de 40 km de corredores cobertos.
Um deles, o Voltone del Podestà, conecta a Piazza Maggiore à Piazza Re Enzo, bem debaixo do Palazzo del Podestà e em frente à Basílica de San Petrônio.
O arco foi construído no século XIII, quando o Palazzo era sede do governo local.
Hoje, ele chama atenção não só pela arquitetura medieval, mas por um fenômeno físico: se duas pessoas se posicionarem em cantos opostos do arco e falarem baixo voltadas para a parede, conseguem se ouvir perfeitamente.
É um “telefone sem fio medieval”, e funciona perfeitamente, mesmo que a praça esteja cheia e barulhenta.
O som viaja pela curvatura da abóbada e é divertido demais ficar testando e vendo todo mundo que passa ali testar também.
Palazzo Banchi
Ao lado leste da praça, você pode ver o Palazzo dei Banchi, também conhecido como Vignola, e construído entre 1565 e 1568.
No passado, esta área era ocupada por casas e lojas medievais, com becos estreitos e irregulares.
Quem estava na praça e olhava praquele lado, não tinha um visual muito bonito.
A ideia de construir o prédio do Palazzo Banchi foi “melhorar o visual” da região, “escondendo” as ruas do mercado atrás da fachada bonita do prédio.
O nome veio porque por ali ficavam os “banchi”, ou bancas, dos cambistas e banqueiros que operavam sob os pórticos adjacentes à praça, nos séculos XV e XVI.
Preste atenção na fachada do Palazzo dei Banchi: no total, são 15 arcos arredondados, sendo 2 arcos maiores que dão passagem para as ruas que levam ao mercado.
Vamos atravessar um desses portais para começar a caminhar pelo antigo mercado de Bolonha?
Quadrilátero de Bolonha
Começamos nosso roteiro em Bolonha batendo perna pelo Quadrilátero, região histórica repleta de vielas e becos, uma das partes mais antigas da cidade.
O Quadrilátero de Bolonha é delimitado por quatro ruas principais: Via Rizzoli ao oeste, Via Drapperie ao sul, Via Caprarie ao leste e Via Pescherie Vecchie ao norte. Quando visto de cima, a área tem mesmo um formato quadrado.
Na Idade Média, esse era o centro comercial de Bolonha. As ruas eram nomeadas pelos ofícios que ali se exercia — e esses nomes se preservam em muitas delas até hoje.
A maioria dos prédios nessa região são históricos, e belíssimos.
Um exemplo é o Santuário de Santa Maria della Vita, uma igreja com cúpula barroca, onde você pode apreciar uma escultura realista magnífica: o “Compianto sul Cristo Morto”, de Niccolò dell’Arca.
Já outros casarões abrigam comércios, como restaurantes, lojas e pequenos cafés. As vitrines são uma perdição: queijos Parmigiano-Reggiano, prosciutto di Parma e muito mais.
As lojas que mais chamaram minha atenção foram a Tamburini e a Salumeria Simoni – ambas funcionam como lojas para venda dos produtos, mas também tem espaço de restaurante, onde você pode provar embutidos, queijos e até pratos tradicionais com alta qualidade.
Dentre as ruas que você pode visitar por ali, quero destacar a Via Pescherie Vecchie, que sempre tem muito movimento, de dia e de noite, com barracas de gostosuras espalhadas pelas calçadas e as vitrines irresistíveis.
Mercado di Mezzo
A essa hora, já deve estar batendo aquela fome. Quando estiver passeando pelo Quadrilátero, não vão faltar opções gastronômicas deliciosas.
Se quer provar pratos típicos, recomendar que visite o Mercado di Mezzo, que funciona ali desde o século XV – embora tenha sido reformado para modernizar o interior.
Não é um mercado grande, mas é um espaço delicioso. As bancas vendem produtos locais frescos, pratos típicos, petiscos e bebidas.
Pela localização central, visitamos o Mercado di Mezzo algumas vezes. Foi ali que provamos o tortellini in brodo, especialidade bolonhesa. E muitas cervejas da Birreria Baladin, cervejaria italiana que tem um quiosque no mercado.
Para uma refeição rápida e autêntica, as barraquinhas do mercado são perfeitas; para algo mais estruturado, restaurantes como Osteria dell’Orsa Essa parada é essencial para entender a cultura gastronômica e o ritmo da cidade.
Os corredores de Bolonha
A essa altura, você já deve ter notado a quantidade de pórticos em Bolonha. Praticamente toda calçada tem um pórtico, permitindo que a gente caminhe pela cidade sem tomar chuva ou sol.
Esse que é um dos maiores detalhes arquitetônicos de Bolonha: os corredores cobertos são uma marca registrada da cidade!
São mais de 40 km de pórticos só dentro da cidade, e cerca de 60 km se contar toda a área urbana. Desde 2021, esse patrimônio arquitetônico é reconhecido como Patrimônio Mundial da UNESCO.
Mas como isso começou?
A tradição teve origem no século XI, quando a Universidade de Bolonha (a mais antiga do mundo ocidental) atraiu uma avalanche de estudantes e professores para a cidade.
Para dar conta da demanda por moradia, os donos de imóveis começaram a construir andares superiores “suspensos” sobre colunas de madeira — ganhando mais espaço sem invadir as ruas.
Essas estruturas improvisadas acabaram virando regra. No século XIII, a prefeitura oficializou os pórticos como parte obrigatória das construções — e a madeira foi aos poucos substituída por pedra e tijolo.
Até hoje, você ainda encontra raros pórticos de madeira originais na Via Marsala e arredores, que mostram como era o visual medieval da cidade.
Além de lindos, os pórticos são extremamente funcionais: protegem do sol forte, da chuva, da neve… caminhar por Bolonha é uma experiência diferente de qualquer cidade que você já visitou!
Biblioteca Comunale dell’Archiginnasio
Vamos seguir passeando pelo centro histórico de Bolonha. Nossa parada agora é a Biblioteca Comunale dell’Archiginnasio, que funciona no prédio que já foi a sede principal da Universidade de Bolonha.
Vale lembrar que essa é a mais antiga do mundo ocidental, fundada em 1088. O edifício foi construído no século XVI, a mando do papa Pio IV, com o objetivo de reunir todas as faculdades universitárias em um único local.
O prédio é um absurdo de lindo, e hoje abriga uma biblioteca pública e salas históricas.
A entrada no pátio central e nos corredores é gratuita, e já vale a visita: as paredes e tetos são cobertos por escudos de armas de antigos alunos e inscrições latinas.
A parte paga inclui a impressionante Sala Anatomica, toda em madeira esculpida, onde os estudantes de medicina assistiam às dissecações. No centro da sala, a mesa original de mármore ainda está lá.
É uma visita rápida, barata e riquíssima em beleza e história.
Galleria Cavour e Cremeria Cavour
Pertinho da biblioteca, vale dar uma passada na Galleria Cavour é um centro comercial localizado na Via Farini.
Inaugurada em 1962, a galeria ocupa o espaço do antigo Palazzo Vassè Pietramellara, datado do século XVI, e foi projetada pelo engenheiro Giorgio Pizzighini.
Hoje, é um destino de compras de alto padrão, reunindo marcas renomadas como Gucci, Prada, Louis Vuitton, Tiffany & Co., Moncler, Saint Laurent, Emporio Armani, Versace e Bottega Veneta.
E bem ali coladinho, você pode experimentar um dos melhores gelatos de Bolonha na Cremeria Cavour.
Prove o La Dotta, um dos sabores especiais que vem com a casquinha estufada de chocolate! Uma perdição!
Ah, só um detalhe: os clientes fazem o pedido e saboreiam o gelato na rua, pois não há mesas internas.
Piazza Santo Stefano e complexo das 7 igrejas
Depois, fui caminhando até a Piazza Santo Stefano para conhecer o complexo de igrejas medievais de Bolonha.
Confesso que fui até lá esperando ver 7 igrejas, mas andei pra lá e pra cá e encontrei somente uma: a igreja de Santo Stefano.
Fiquei intrigada e fui pesquisar mais sobre, e descobri que se trata de um conjunto integrado de edifícios religiosos, com capenas e igrejas menores interligadas, sendo que a Igreja de Santo Stefano é a protagonista.
As construções são do século V até o século XIII, mas não consegui visitar as igrejas por dentro. Estava sempre fechado.
Cremeria la Vecchia Stalla
Tem espaço na sua barriga para mais um gelato?
No caminho para o próximo ponto turístico de Bolonha, você vai passar pela Cremeria La Vecchia Stalla, uma das gelaterias mais queridas e tradicionais de Bolonha.
O diferencial? Gelato italiano artesanal de altíssima qualidade, feito com ingredientes frescos. Os sabores de crema, pistache e chocolate são clássicos da casa, mas eles também têm opções sazonais e criações próprias.
Você faz o pedido num totem de atendimento, o que alivia as filas.
Ah, e ali do lado fica a unidade de Bolonha da sanduicheria mais famosa da Itália – o All’Antico Vinaio! Caso você não tenha visitado Florença, ou não provou ainda, esta aqui mais uma chance!
Piazza di Porta Ravegnana e Torres de Bolonha: Asinelli e Garisenda
Quem disse que só Pisa tem torre torta? As duas torres de Bolonha, localizadas na Piazza di Porta Ravegnana, são dois dos maiores símbolos da cidade, e foram construídas na época medieval (entre os séculos XII e XIII).
Na época, o objetivo de construir torres tão altas era o status: cada família queria uma torre para demonstrar que era mais rica e poderosa que seus vizinhos.
Eles só não contavam com o terreno instável – as torres de Bolonha foram ficando cada vez mais tortas.
Hoje, a Torre degli Asinelli é a maior das duas, com cerca de 97 metros de altura.
Já a Torre Garisenda, menor e mais inclinada, precisou ser “cortada ao meio”, porque estava praticamente condenada. Hoje ela tem cerca de 48 metros de altura,
Eu tinha lido que era possível subir os 498 degraus da Torre degli Asinelli, para apreciar a vista lá de cima de um dos maiores cartões-postais de Bolonha.
Mas não pudemos fazer isso, porque todo o entorno das torres estava em obras, para conter a inclinação, que segue se acentuando ano após ano.
A poucos passos da Piazza di Porta Ravegnana e das torres está a Piazza della Mercanzia, onde fica o prédio da Câmara de Comércio de Bolonha. Foi lá que, em 1982, foi registrada oficialmente a receita tradicional do ragù alla bolognese.
Salumeria Simoni
E já que tocamos no assunto de comida, que tal um happy hour com produtos tradicionais de Bolonha, para fechr nosso primeiro dia?
Perto da Piazza Maggiore, no meio do vuco-vuco do Quadrilátero, quero recomendar um lugar tradicional e histórico: a Salumeria Simoni.
Eles tem algumas lojas na Via Pescherie Vecchie – umas que vendem os produtos, e uma que funciona como espaço de bar / degustação.
Um balcão na área interna expõe os produtos, com queijos e presuntos expostos nas paredes e vitrines.
Tem algumas mesas internas, mas no dia que fomos todos queriam ocupar as mesas na calçada, naquele clima informal, perfeito para relaxar após um dia de passeios.
Pedimos uma tábua de produtos regionais, pareamos com vinhos e foi uma forma deliciosa de terminar nosso dia 1 em Bolonha.
Osteria dell’Orsa
Depois dos petiscos na salumeria, fomos jantar de verdade, e escolhemos um restaurante tradicional. A Osteria dell’Orsa foi fundada em 1979!
O lugar é famoso por servir pratos típicos da região, como tagliatelle al ragù, lasanha e tortellini in brodo, todos preparados com massas frescas feitas à mão.
Foi um dos lugares com comida mais deliciosa que provamos em Bolonha (e com ótimos preços)!
O ambiente é simples, mas sempre tem fila, por isso recomendo que chegue cedo (não aceitam reservas).
Parco della Montagnola e Scalinata del Pincio
Vamos começar o dia caminhando por uma área verde bem bonita? O Parco della Montagnola é o parque público mais antigo de Bolonha, inaugurado em 1664, e redesenhado como um jardim em estilo francês no século XIX.
O parque é um espaço verde ideal caminhadas, piqueniques e para levar crianças para correrem soltas um pouco.
Nas sextas e sábados, o parque recebe as barracas do mercado “La Piazzola”, um dos maiores e mais tradicionais de Bolonha, com venda de roupas, acessórios, plantas e outros produtos .
Visite também a escadaria monumental do Pincio (Scalinata del Pincio, construída entre 1893 e 1896, de onde você pode apreciar uma vista panorâmica da cidade, e tirar fotos com a fonte (que é grande e bonita).
Teatro Arena del Sole e Via dell’Indipendenza
Passamos em frente ao Teatro Arena del Sole, situado na movimentada Via dell’Indipendenza. É um teatro de 1810, que foi inaugurado como um teatro ao ar livre, depois recebendo a fachada neoclássica.
Depois de muitas mudanças e usos, o teatro foi adquirido pela Prefeitura de Bolonha em 1984, que o restaurou e reinaugurou em 1995.
A inscrição na fachada dizia: lugar para espetáculos diurnos, referente ao tempo que era uma arena a céu aberto.
Você pode conferir a programação e assistir um espetáculo em uma das duas salas do teatro. Ou apenas passar em frente para conhecer esse pedaço da história de Bolonha.
Via Piella e Finestrella di Via Piella – a janela sobre o canal de Bolonha
Pouca gente imagina que a Bolonha medieval era um tipo de “pequena Veneza”, com canais que cruzavam a cidade, trazendo as águas do rio Reno para o centro.
Durante a Idade Média, Bolonha era cortada por mais de 60 km de canais artificiais que movimentavam moinhos e facilitavam o transporte de mercadorias, e também traziam a água para encher fosso que cercava a muralha de Bolonha.
Mas com o crescimento da cidade e a queda da muralha, o uso dos canais foi abandonado. Boa parte deles foi coberta ou desviada.
São poucos os lugares de Bolonha onde você ainda encontra restos dessas construções. Uma delas é a Finestrella di Via Piella, mais conhecida como “a janela sobre o canal”.
É uma pequena janela numa parede que revela um trecho preservado de um dos antigos canais, que ainda corre visível no centro da cidade.
Essa janelinha virou uma atração curiosa e eu confesso que, depois de ver uns vídeos no Instagram, estava doida pra ver o local ao vivo.
Mas imagine minha decepção quando abri a janelinha e me deparei com isso:
Pesquisando depois, descobri que o canal visível pela Finestrella di Via Piella às vezes está seco por causa do controle artificial do fluxo de água. Esses canais são antigos e hoje funcionam mais como sistema de drenagem.
O volume de água depende de vários fatores, como temporada de chuvas, janelas de manutenção nos canais, e até controle do volume de água na represa do rio Reno.
Ou seja, é normal encontrar o canal com pouca ou nenhuma água, e foi justamente o que aconteceu comigo. Se você visitar Bolonha e der mais sorte que eu, depois me conta como foi!
E do outro lado da rua, você pode ver uma parte do canal ao ar livre, pois ali ele ainda está totalmente descoberto.
Cattedrale Metropolitana di San Pietro
Se você pensou que a Basílica de San Petrônio é a principal igreja de Bolonha, preciso dizer que não.
Essa é a Cattedrale Metropolitana di San Pietro, sede do arcebispado da cidade. Fica também na Via Indipendenza, mesma rua do Teatro Arena del Sole.
A fachada externa é relativamente discreta, mas o interior é impressionante: barroco, imponente e cheio de detalhes dourados, com destaque para os afrescos, esculturas e o altar monumental.
Outro ponto alto é o campanário, um dos mais altos da Itália, com mais de 70 metros de altura.
Se estiver aberta, entre — mesmo que rapidinho. A grandiosidade do lugar impressiona.
Mercado delle Erbe
Que tal um happy hour em mais um dos mercados gastronômicos de Bolonha?
O Mercato delle Erbe é o mercado coberto mais antigo do centro de Bolonha, localizado na Via Ugo Bassi, a menos de 10 minutos a pé da Piazza Maggiore.
Foi inaugurado em 1910 para abrigar as barracas de alimentos que antes ocupavam a Piazza Maggiore, e precisou ser reconstruído após os bombardeios da Segunda Guerra Mundial.
Por lá, há barracas de produtos frescos, como frutas, legumes, queijos, embutidos e carnes.
Em 2014, passou por uma renovação que integrou restaurantes e bares ao espaço. É menos movimentado que o Mercado di Mezzo, então ainda preserva mais aquela carinha de mercado local.
Você pode almoçar por aqui, ou fazer um petisco.
Pasta Fresca Naldi
Se não quiser almoçar no mercado, tenho outro lugar para te indicar onde vale a pena comer em Bolonha.
A Pasta Fresca Naldi é um estabelecimento bem pequeno, conhecido por oferecer massas frescas artesanais de altíssima qualidade, preparadas no local com receitas que seguem a tradição da região da Emília-Romanha.
O lugar é tão discreto que é capaz de passar despercebido:
O cardápio inclui clássicos como tagliatelle al ragù, tortellini in brodo, lasanha à bolonhesa e gramigna alla salsiccia.
Os pratos são simples, mas incrivelmente saborosos, e com preços acessíveis, com pratos variando entre 10 a 14 euros, tornando-se uma opção excelente para quem busca uma refeição tradicional sem gastar muito.
O ambiente é informal, com serviço de balcão e nenhuma mesa disponível. Você compra pra levar, ou pode comprar uma bebida no bar em frente e usar as mesas dele para fazer seu almoço.
Pinacoteca Nacional de Bolonha
Continuando nosso dia 1 em Bolonha, vamos até a Pinacoteca Nacional de Bolonha.
Se você tem interesse em arte medieval, renascentista e barroca italiana, vale muito a pena viistar. O acervo é extenso e bem curado, com obras que vão do século XIII ao XVIII, muitas delas de artistas ligados à escola bolonhesa.
Entre os destaques estão pinturas de Guido Reni, Guercino, Lorenzo Costa e também uma obra de Rafael, ainda jovem, que mostra o início do estilo que o consagraria.
A visita leva em média 1h30 a 2h, dependendo do seu ritmo e interesse. O museu é organizado de forma cronológica e didática, o que facilita a compreensão da evolução artística da região.
Vale a pena, especialmente se você busca entender o papel de Bolonha na história da arte italiana.
Alma Mater Studiorum – Universidade de Bolonha
A gente aproveitou que a Pinacoteca fica pertinho da sede da universidade de Bolonha, e passamos lá pra conhecer a universidade mais antiga do mundo ocidental ainda em funcionamento – fundada em 1088.
O nome “Alma Mater Studiorum” significa “mãe nutridora dos estudos” e reflete o papel da instituição como berço do ensino superior moderno.
Foi aqui que nasceu o conceito de universidade como conhecemos hoje, com autonomia, faculdades distintas e estudantes vindos de toda a Europa.
Gente como Dante Alighieri, Petrarca, Galileu Galilei e Copérnico passaram por seus corredores.
Hoje, a Universidade de Bolonha continua sendo uma das mais prestigiadas da Europa, com campi espalhados pela cidade e por outras regiões da Itália.
Entramos, caminhamos um pouco por algumas salas. O clima universitário é fortíssimo: são mais de 80 mil estudantes, o que dá a Bolonha uma vibe jovem e cheia de vida.
Você também pode aproveitar pra visitar o Museo di Palazzo Poggi, que fica entro da universidade e tem coleções de ciência, anatomia, geografia e instrumentos antigos.
Ah, e vale saber: a sede histórica da universidade de Bolonha fica no Archiginnasio, prédio lindíssimo que já citamos lá no começo do post, e que hoje abriga a incrível Biblioteca do Archiginnasio e o Teatro Anatômico.
Bate e volta de Bolonha
Para seu terceiro dia em Bolonha, você pode aproveitar para visitar uma cidade nos arredores, usando o sistema de trens regionais, ou mesmo os trens de alta velocidade (se você comprar antecipado).
Entre as opções de bate e volta de Bolonha, se destacam:
Módena + Maranello
Foi a opção que escolhemos, para visitar os dois museus da Ferrari, que ficam nessas cidades.
- 30 min de trem até Modena
- Você pode, em 1 dia, visitar os dois museus: o Museu Enzo Ferrari em Modena e depois o Museo Ferrari em Maranello, com carros, simuladores e pista de testes
- Dá pra combinar com visita com gastronomia, afinal Modena é a terra do aceto balsâmico (vinagre balsâmico tradicional).
Parma
- 1h de trem
- Terra do Parmigiano Reggiano e do Prosciutto di Parma
- Visitas a fábricas e degustações
- Centro histórico charmoso, com menos turistas
Ferrara
- 45 min de trem
- Castelo Estense, muralhas medievais e ruas tranquilas pra explorar de bike
Ravenna
- 1h15 de trem
- Famosa pelos mosaicos bizantinos (Patrimônio da UNESCO)
- Basílica di San Vitale e Mausoléu de Galla Placidia
- Ótima pedida pra quem curte arte e história
Florença (se ainda não conhece)
- 40 min de trem de alta velocidade (recomendo comprar antecipado ou vai sair muito caro)
- Dá pra visitar o Duomo, Ponte Vecchio, Galleria Uffizi e comer uma bistecca alla fiorentina
- Bate e volta corrido, mas viável
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Outros lugares para visitar em Bolonha
Se for ficar ainda mais tempo em Bolonha, pode visitar outros pontos turísticos que trago aqui pra você:
- Giardini Margherita – maior parque urbano de Bolonha, pra caminhar, relaxar ou fazer piquenique. Tem lagos, estufas e um clima bem local, fora da rota turística.
- Portico di San Luca – maior pórtico do mundo, com 666 arcos ligando a cidade ao Santuário de San Luca no alto da colina. Dá pra subir a pé ou de trenzinho e curtir a vista de Bolonha.
- Basílica de São Domingos (Basilica di San Domenico) – igreja que guarda os restos mortais de São Domingos, com obras de Michelangelo no túmulo. É mais tranquila que San Petronio, e cheia de história e arte.
- MAMbo – Museo d’Arte Moderna di Bologna – principal museu de arte contemporânea da cidade, com obras modernas e exposições experimentais. Fica no antigo forno de pão da cidade, mas foi reformado e tem uma arquitetura moderna e industrial.
Mapa de Bolonha com todas as atrações
Continue planejando sua viagem a Itália
Aqui no blog, temos diversos outros posts sobre destinos na Itália, e que você pode usar para planejar sua viagem. Confira:
- Vinícola de Verrazzano na Toscana – como é a visita?
- Dicas de italiano básico para viajantes
- Roteiro de 1 dia em Pisa na Itália
- O que fazer em Lucca na Toscana
- Lua de mel na Itália – como planejar?
- O que fazer em Veneza Itália
- Monteriggioni na Toscana: o que fazer por lá
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