3 dias no Salar de Uyuni na Bolívia: guia completo para planejar a viagem
O Salar de Uyuni, na Bolívia, é um dos lugares mais impressionantes que já tive a chance de visitar. Imagine: este é o maior deserto de sal do mundo, com mais de 12 mil km². De tão imenso e brilhante, pode até ser visto até do espaço.
Mas como é, na prática, fazer o tour de 3 dias no Salar de Uyuni? É melhor sair da Bolívia ou do Deserto do Atacama?
Nós fizemos o travessia do Salar de Uyuni em 3 dias, dentro do nosso mochilão Peru – Bolívia – Chile, e preciso dizer: essa não é uma viagem para qualquer um.

Prepare-se para enfrentar temperaturas negativas, vento cortante e o ar rarefeito dos 3.656 metros de altitude. E ainda assim… a experiência vale cada segundo.
Neste post, vou te contar tudo sobre a experiência: como escolher o tour pelo Salar de Uyuni ideal para o seu perfil, quando ir, como se preparar e o que levar na mala para o Salar de Uyuni.
Também vamos compartilhar dicas e detalhes da nossa vivência, para que você possa entender como é de fato a experiência no Salar de Uyuni saindo da Bolívia. Este guia vai responder todas as suas dúvidas.
Neste post, você vai ler sobre:
– O que é o Salar de Uyuni?
– Onde fica o Salar de Uyuni?
– Tipos de tour para o Salar de Uyuni
– Quanto custa o tour para o Salar de Uyuni?
– Preciso me hospedar em Uyuni? Dicas de hotéis
– Como é o tour Salar de Uyuni saindo da Bolívia? Nosso relato
– Quando ir para o Salar de Uyuni?
– Como ir para o Salar de Uyuni?
– O que levar para o Salar de Uyuni?
– Dicas práticas para aproveitar o tour
– FAQ sobre o Salar de Uyuni
O que é o Salar de Uyuni na Bolívia?
O Salar de Uyuni, na Bolívia, é o maior deserto de sal do mundo e uma das paisagens naturais mais impressionantes do planeta.
Foi formado há milhares de anos, quando a região era coberta por um oceano pré-histórico. Com o surgimento da Cordilheira dos Andes, parte dessa água ficou aprisionada nas montanhas, dando origem a enormes lagos salgados.
Quando esses lagos secaram, deixaram para trás uma camada imensa e plana de sal. Até onde a vista alcança, você vai ver aquela planície branca gigantesca, já que a variação de altitude na área do salar de Uyuni é mínima!
E abaixo do que vemos, tem sal e mais sal. Em alguns pontos, a camada de sal abaixo da superfície pode se estender até impressionantes 120 metros de profundidade. Dá pra acreditar nisso?
Por muito tempo, a mineração de sal foi a principal atividade econômica da região. As famílias sobrevivem da extração do sal, que vendem e também utilizam para construir casas, móveis e até os famosos hotéis de sal.
Nos dias de hoje, o turismo no Salar de Uyuni também é uma atividade econômica importante para a região, com tours acontecendo em todas as épocas do ano.
Outra curiosidade importante: o Salar de Uyuni abriga a maior reserva de lítio do planeta, um recurso estratégico para baterias de veículos elétricos e eletrônicos.
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Onde fica o Salar de Uyuni?
O Salar de Uyuni está localizado no sudoeste da Bolívia, na província de Daniel Campos, no departamento de Potosí, a cerca de 3.650 metros de altitude.
A pequena cidade de Uyuni é a principal porta de entrada para o deserto de sal e funciona como base para a maioria dos tours pelo Salar de Uyuni.
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A região fica próxima à fronteira com o Chile, especialmente do vilarejo de San Pedro de Atacama, tornando comum o acesso ao salar tanto por quem vem da Bolívia quanto por quem chega pelo Chile.
Por isso, o Salar de Uyuni é um destino frequente no roteiro de mochileiros e viajantes que combinam Bolívia, Chile e até Peru em suas aventuras.
Escolhendo o tipo de tour no Salar de Uyuni
Antes de mais nada, você vai precisar decidir qual tipo de tour quer fazer no Salar de Uyuni.
Há várias possibilidades de tour no Salar de Uyuni, com diferentes valores e durações, e a escolha passa por dois fatores principais: qual cidade será seu ponto de partida e quanto tempo você tem disponível.
Você também pode escolher entre fazer os tours compartilhados, nos quais eles reúnem várias pessoas diferentes no mesmo carro (cada caminhonete cabem 6 turistas + motorista), ou tour privativo, fechado para seu grupo.
E claro que você também pode fechar o tour econômico, com hospedagem e refeições simples, ou tour de luxo, que inclui hospedagens e alimentação mais caprichadas.
Tours saindo de Uyuni (Bolívia)
Se você partir de Uyuni (Bolívia), vai encontrar a maior oferta de passeios e, geralmente, preços mais baixos. Dá para fazer:
- tour de 1 dia – Focado no Salar e seus pontos mais icônicos, como Colchani, Cemitério de Trens, Ilha Incahuasi e pôr do sol no salar. Inclui transporte 4×4, guia e almoço.
- tour de 2 dia – Roteiro do tour de 1 dia, mais lagunas altiplânicas e pernoite. Inclui transporte 4×4, guia, almoço e jantar.
- tour de 3 dias (clássico) – Percorre o salar, o deserto de Siloli, os geysers e as termas no altiplano e termina (opcionalmente) em San Pedro de Atacama. Inclui transporte 4×4, guia, pernoites, almoço e jantar. Veja valores e reserve
- tour de 4 dias – Tudo que você viu no tour de 3 dias, mais o caminho de volta para Uyuni, que passa por alguns vilarejos e áreas menos visitadas como Coipasa.
- Passeios especiais – Você também pode fechar um passeio com um foco especial, como fotografia, pôr do sol ou tours noturnos.
Tours saindo de San Pedro de Atacama (Chile)
Já saindo de San Pedro de Atacama (Chile), a viagem é mais longa e o custo costuma ser mais alto.
Basicamente, você tem que fazer a viagem no sentido oposto de quem vem da Bolívia, até chegar perto da cidade de Uyuni, onde está o Salar.
O roteiro padrão dura 3 dias, mas o trajeto também faz parte da experiência. Você vai parando nos mesmos cenários espetaculares, como as lagunas e desertos, até chegar ao salar no último dia.
Outra opção é o tour de 4 dias, que começa e termina no Deserto do Atacama.
Começar pelo Uyuni ou pelo Atacama?
O ponto de partida influencia tanto a experiência quanto a logística da sua viagem.
Sair de Uyuni (Bolívia) é a melhor opção para quem quer economizar e ter acesso a mais horários e empresas. É possível encontrar tours de todas as durações, do bate e volta ao roteiro de vários dias.
Já a saída de San Pedro de Atacama (Chile) é indicado para quem já está no norte do Chile ou quer combinar a travessia do deserto com o salar. Geralmente, os roteiros duram 3 ou 4 dias e incluem a fronteira Chile–Bolívia.
Uma outra opção é sair de La Paz (Bolívia). É menos comum, mas há empresas que oferecem transporte noturno até Uyuni com o tour já incluído.
Quanto custa o tour no Salar de Uyuni?
O valor do tour para o Salar de Uyuni varia conforme o ponto de partida, a duração, o tipo de tour (compartilhado ou privativo) e até a época do ano.
Também depende se você fecha no local (costuma ser mais barato), ou reserva antecipado (apesar de mais caro, vale a pena por conseguir ler review
Em média, passeios que começam em Uyuni são mais baratos do que aqueles que partem de San Pedro de Atacama ou La Paz. Para você ter uma ideia:
- Saindo de Uyuni
- o tour clássico de 3 dias em formato compartilhado costuma custar entre US$ 200 e US$ 250 por pessoa, incluindo transporte em 4×4, hospedagem simples e refeições básicas. Veja valores e reserve.
- o tour de 1 dia sai na faixa de US$ 50 a US$ 60. Veja valores e reserve
- Saindo de San Pedro de Atacama
- o mesmo roteiro de 3 dias pode custar de US$ 180 a US$ 250, já que envolve mais logística, transporte internacional e, às vezes, hospedagem um pouco melhor no caminho.
- o tour de 4 dias (que começa e termina no Atacama), pode custar a partir de US$ 300. Veja valores e reserve
- Saindo de La Paz – esse tour expresso, que inclui ônibus de ida e volta e 1 dia no Salar de Uyuni, custa a partir de US$ 180. Veja valores e reserve.
- Tours especiais – Esse tour para ver o por do sol e as estrelas no Salar de Uyuni, por exemplo, custa a partir de US$ 40. Veja valores e reserve.
- Tours privativos – é preciso negociar direto com a agência para definir o roteiro e as hospedagens. O preço pode dobrar ou até triplicar, dependendo do tamanho do grupo e do nível de conforto desejado.
Custos extras
Além do valor que pagamos pelo tour, existem algumas taxas que não estão incluídas, e precisamos desembolsar durante o passeio. Anote aí:
- aluguel de saco de dormir (alugamos com a agência do passeio. Pagamos cerca de US$ 10 e foi essencial para não congelarmos de frio no meio do deserto).
- Entradas em reservas e parques ao longo de travessia: somando, pagamos cerca de US$ 20 a US$ 30 (em espécie e moeda local).
- Banhos em termas: US$ 2 a US$ 5 (opcional)
- transfer da fronteira boliviana até o centro de San Pedro de Atacama (cerca de US$ 10 por pessoa)
- banheiros pagos no caminho (vale a pena investir, os banheiros gratuitos são péssimos).
- água quente para banho (pagamos na primeira noite, pois tinha essa opção na hospedagem). Na segunda noite, não tivemos essa sorte.
- Gorjetas para guias e motoristas (opcionais, mas recomendadas)
- táxi em Uyuni, para ir do aeroporto ao centro (algumas agências incluem esse transfer como cortesia, verifique na sua reserva)
Alguns desses pagamentos são feitos em moeda local, por isso recomendo levar uma quantidade de dinheiro em espécie (pesos bolivarianos).
Dicas para economizar no tour para o Salar de Uyuni
- Viaje fora da alta temporada (no Uyuni, a alta temporada vai de dezembro a fevereiro e julho) para encontrar preços mais baixos e negociar com as agências.
- Monte um grupo – quanto mais pessoas no carro, mais barato fica o tour privativo (ou você pode negociar desconto no compartilhado).
- Feche direto em Uyuni – você consegue pagar menos, pois pode visitar várias agências e comparar os preços antes de decidir. Mas você perde a referência das avaliações de outros viajantes, um benefício que temos na reserva online.
- Pague em dinheiro vivo (dólares ou bolivianos) para evitar taxas extras de cartão.
- Leve seus próprios snacks para evitar comprar comida cara durante o percurso.
Preciso me hospedar em Uyuni? Dicas de hotéis
A cidade de Uyuni é a principal base para explorar o Salar de Uyuni. Mas você não precisa, necessariamente, se hospedar em Uyuni antes do tour.
No nosso caso, o tour começou em Uyuni, mas não precisamos reservar hotel em Uyuni, porque pegamos um voo de La Paz para Uyuni bem cedo.
Chegamos na cidade de Uyuni por volta das 8h da manhã. Como os tours costumam sair por volta das 11h, tivemos tempo de sobra.
Mas é sempre um risco, pensando que voos podem atrasar, ou qualquer imprevisto pode atrapalhar essa logística.
Se preferir fazer tudo com mais tranquilidade, pode ser interessante fazer uma reserva e dormir uma pernoite em Uyuni. Assim, seu voo ou ônibus chega em Uyuni no dia anterior ao tour, diminuindo chance de perrengue.
Em Uyuni, você tem a chance de se hospedar em hotéis de sal, uma experiência única no mundo. E os preços das hospedagens na região são bem interessantes para brasileiros, quando pensamos em conversão de moeda.
Aqui tem alguns hotéis que são bem recomendados no centro da cidade de Uyuni:
- Hotel de Sal Atipax – acomodação 4 estrelas com terraço, recepção 24 horas e Wi-Fi grátis.
- Casa de sal – acomodações com Wi-Fi gratuito e restaurante no local
- Hotel Kachi de Uyuni – hotel com bar / restaurante, recepção 24h e Wi-Fi grátis
- Hostal La Magia de Uyuni – a 300 m da principal praça e do mercado central. Tem Wi-Fi gratuito, café-da-manhã, água quente e computadores
- Piedra Blanca Backpackers Hostel – opções de quartos compartilhados ou privativos
Ah, também vale a pena reservar hotel em Uyuni se você quer descansar depois do tour pelo Salar, antes de conectar com outro destino.
Posso te afirmar que, depois de 3 dias sacudindo no banco de trás da caminhonete, e dormindo em hospedagens econômicas, o corpo vai estar bem a fim de um descanso.
Como é o tour Salar de Uyuni saindo da Bolívia? Nosso relato
Fizemos um tour de três dias e duas noites no Salar de Uyuni, a bordo de uma 4×4, atravessando um dos cenários mais inóspitos e fascinantes do planeta.
Do branco infinito do deserto de sal às cores vibrantes das lagoas altiplânicas, essa viagem me apresentou paisagens surreais e alguns desafios, como frio, noite sem banho e temperaturas congelantes. Mas tudo valeu a pena!
Nós fizemos o tour do Salar de Uyuni saindo da Bolívia. Nossa viagem começou no povoado de Uyuni e terminou na fronteira com o Chile, de onde seguimos para o Deserto do Atacama.
Tour no Salar de Uyuni – dia 1
A partir de agora, vou compartilhar aqui o que realmente aconteceu no dia a dia desse tour: os lugares que visitamos, os perrengues, as paisagens inacreditáveis… tudinho!
Vamos acompanhar nosso primeiro dia no Salar de Uyuni.
Voo La Paz – Uyuni
Nosso dia começou cedo, ainda estava em La Paz, na Bolívia. Às 7h, pegamos um vôo em direção ao pequeno aeroporto de Uyuni (UYU).
O vôo leva uma hora. Tudo foi muito organizado no embarque e o voo foi tranquilo. Quando eu vi, os belos cenários do Uyuni já começavam a se revelar pela janela do avião.
Centro de Uyuni e compras para o tour
Depois de desembarcar, pegamos um táxi do aeroporto até o centro de Uyuni. A viagem dura 10 minutos. Se preferir, também é possível caminhar até o centro de Uyuni (2,4 km de caminhada, cerca de 30 minutos).
Fique ligado: algumas agências incluem o serviço de transfer do aeroporto como cortesia para os clientes que reservam o tour no Salar de Uyuni. Confira se na sua reserva tem essa comodidade incluída.
Nós já tínhamos reservado o tour antecipadamente, e a recomendação era chegar na agência até 9h. Em cerca de 10 minutos, já estávamos andando pelo centrinho de Uyuni.
Seguimos pela avenida Arce, uma peatonal cheia de restaurantes, mini-mercados e turistas. Passei pela torre do relógio e a Catedral de Uyuni, essa igrejinha simpática da foto abaixo.
Bem ali do lado, o símbolo do Rali Dakar servia de apoio para uns senhores que fumavam e conversavam. Era começo da manhã mas a cidade já estava a toda, com feira, crianças no pátio de uma escola e turistas por todo lado.
Um barulho danado para um povoado tão pequeno.
Acertamos os pagamentos finais na agência (a nossa se chamava Expediciones Alkaya). Além do valor do tour, pagamos:
- US$ 8 por pessoa pelo transfer da fronteira boliviana até o centro de San Pedro de Atacama;
- US$ 10 por pessoa para alugar um saco de dormir (essencial para não congelar de frio no meio do deserto).
Depois de tudo acertado, deixamos nossas mochilas lá e saímos para tomar café e comprar os suprimentos para os dias de tour. Combinamos de voltar até 10h30, para saírmos com o carro até às 11h.
Tomamos café na Avenida Arce, em um mercadinho muito simples. Estilo café continental, com pão, ovo, café ou chá, suco de laranja e água.
Depois, entramos em um mini-mercado e compramos lanches e água para levar no tour.
Para o tour de três dias e duas noites, levamos:
- água: 12 litros de água no total (uma garrafa de seis litros para cada), mais uma garrafa de água pequena para levar com a gente dentro do carro.
- lanches: optamos pelo prático, como batata frita, biscoitos, tudo que fosse fácil de comer e industrializado, para não correr risco de nada estragar.
- itens de higiene: papel higiênico, toalhas umedecidas, e outros itens de higiene que já tínhamos, como pasta e escova de dentes, etc.
As refeições principais estão incluídas no preço do tour e são oferecidas pela empresa / motorista, por isso você não precisa se preocupar com isso.
Se você tiver alguma restrição alimentar, é bom conversar com a agência para saber como / se ela pode ser atendida pelos serviços que eles oferecem.
Embarque no carro 4×4
Voltamos para a agência por volta das 10h30. Esperamos um tempo até o motorista amarrar nossas bagagens no teto do carro 4×4, junto com a comida dos próximos dias.
Mochilas, garrafas de água: todos os volumes grandes vão em cima do carro. Por isso, não esqueça de colocar o essencial em uma mochila menor para ir com você dentro do carro (documentos, comida, água, etc).
Foi aqui que conhecemos nossos companheiros de viagem. Uma austríaca e três brasileiros, além de nós dois e o motorista.
E olha a surpresa: a gente já conhecia a austríaca, que era ninguém menos que a garota da confusão do ônibus de Copacabana a La Paz, que precisou viajar no ‘jump seat‘ por causa do overbooking da empresa boliviana.
Esse mundo é mesmo muito pequeno, especialmente se você está fazendo mochilão pela América do Sul.
Apesar de sermos clientes de Alkaya, fomos colocados no jeep de outra empresa, a Estrella del Sur Uyuni.
Os outros meninos também tinham cada um fechado com uma agência, pagado valores diferentes, e acabamos todos juntos no carro da Estrella del Sur.
Isso é uma prática comum no Uyuni. As agências parceiras vão alocando os turistas, para formar os grupos que vão viajar juntos. No nosso caso, juntaram todos os brasileiros (e a austríaca).
O carro da Estrella del Sur era novo e bem conservado, e nosso motorista era simpático e prestativo, o que nos deixou mais tranquilos.
Chegou a hora de embarcar, e escolher nossos lugares no carro. O brasileiro mais alto ficou no banco do carona, ao lado do motorista. Um lugar confortável, mas você viaja sozinho.
Nós dois fomos pra o banco de trás da caminhonete.
O lado bom é que nesse banco viajam apenas 2 pessoas, tem espaço para bolsas e pra se esticar no banco. Mas o lado ruim é que lá atrás tem pouco espaço para as pernas. Numa viagem de três dias, os joelhos vão reclamar.
O banco do meio é o melhor de todos, o lugar com mais espaço para as pernas. Ali viajaram três pessoas (a austríaca e os outros dois brasileiros).
O único contra é ter que viajar com a mochila no colo. Mas se forem três pessoas pequenas viajando ali, até dá pra contar com uma folga.
Tem grupos que fazem revezamento de lugares durante o tour. A gente não fez, mas isso é uma opção de cada grupo.
Dentro do carro, os três dias de tour foram uma mistura de espanhol com o motorista, inglês com a austríaca e muito português entre os brasileiros. Uma torre de babel dentro da caminhonete 4×4.
Som na caixa e pé na estrada!
Inclusive: levem playlists nos telefones ou pen drive com música. Os motoristas levam música, mas em três dias é sempre bom variar um pouco a seleção musical.
Pode salvar nossa playlist com músicas para viagem de carro, é a que usamos nas nossas viagens.
Cemitério de trens do Salar de Uyuni
Enfim, pegamos a estrada. O motorista se apresentou, perguntou de onde éramos e soltou a melhor música boliviana que ele tinha na playlist.
Mas não ficamos muito numa estrada propriamente dita. Em menos de 10 minutos já estávamos off road, e fazendo a primeira parada: o Cemitério de Trens do Salar de Uyuni.
Em 1889, uma estrada de ferro foi construída para transportar os minérios de Pulacayo, Potosí e Sucre para Antofagasta no Chile.
Mas com a chegada das locomotivas movidas a petróleo, essas antigas máquinas alimentadas a carvão foram abandonadas no meio do deserto. Nascia o cemitério de trens no Salar de Uyuni.
As dezenas de locomotivas são o cenário perfeito para diversão e fotos. Ficamos lá por cerca de 30 minutos, o que é muito pouco! Eu queria explorar todos os ângulos desse lugar!
Só é preciso ter cuidado ao se aventurar em cima dos vagões, porque muita coisa está enferrujada e a superfície para caminhar nem sempre é estável! Mas eu me diverti muito!
Colchani e as pirâmides do Salar
Em seguida, paramos no povoado de Colchani, um pequeno vilarejo na entrada do Salar de Uyuni, que tem duas atividades principais.
A primeira é a exploração de sal do deserto, construindo pirâmides de sal para secagem e consumo. A segunda é uma feira de produtos artesanais.
Ficamos apenas alguns minutos lá, porque nenhum de nós tinha interesse em comprar nada. Demos uma olhada rápida, tiramos algumas fotos e seguimos viagem.
Salar de Uyuni (enfim!)
Voltamos para o carro e a paisagem começou a mudar em poucos minutos. A imensidão branca foi tomando conta de tudo.
Pra onde quer que a gente olhasse, um deserto de sal infinito!
Comecei a me perguntar como o motorista se orientava e sabia exatamente para onde tem que ir, porque tudo parecia igual…
De repente ele parou bem ao lado das pirâmides de sal. A gente sai do carro e fica meio bobo por um tempo. Olhando pra todo lado, sem saber exatamente o que fazer ou o que fotografar primeiro.
Como viajamos em setembro, o Salar de Uyuni estava seco, com o chão desenhado de formas geométricas curiosas, deixadas pela água que evaporou das estações chuvosas.
Muitas pirâmides para secar o sal, espalhadas por todo lado. Coloquei um pouquinho de sal na boca, pra ‘sentir o gosto’ do maior deserto de sal do mundo.
Uma imensidão branca de 12 mil km², formada pela evaporação da água de lagos pré-históricos, que se formaram junto com a cordilheira, a mais de 3600 metros de altitude.
Começamos a nos soltar. Fizemos nossa foto de grupo e experimentamos mil ideias para as fotos em perspectiva.
Até fizemos alguns vídeos engraçados e de coreografia. As recordações desse lugar, da imensidão do Salar de Uyuni, estão entre os melhores momentos da viagem pela América do Sul.
Um lugar inacreditável, o maior deserto de sal do mundo! Uma beleza e magia que nenhuma palavra consegue expressar!
Monumento Rali Dakar e monumento às bandeiras
Já passava de 13h quando chegamos no antigo hotel de sal, onde seria nosso almoço.
O motorista nos deixou no Monumento Rali Dakar. Combinamos 20 minutos para explorar o monumento e visitar as bandeiras, mais à frente. Depois a gente se encontraria no hotel de sal, para comer.
Tiramos fotos no monumento ao Rali Dakar, todo feito de sal e bem maior do que eu imaginava. Não é permitido subir no monumento, mas vez ou outra aparecia alguém escalando a escultura de sal.
Ali ao lado fica o Monumento às Bandeiras, com bandeiras deixadas por viajantes do mundo todo. Encontramos uma brasileira, e também de alguns times de futebol do nosso país.
Almoço no antigo hotel de sal
Entramos no antigo hotel de sal, o primeiro construído no Salar de Uyuni.
Hoje, a estrutura foi convertida em ponto de parada para os grupos em tour pelo deserto de sal.
Lá há banheiros razoavelmente organizados e com papel higiênico (é preciso pagar para usar). No hall principal, há várias mesas, que vão sendo ocupadas pelos grupos de cada carro.
Os motoristas preparam a comida lá fora, e trazem para a mesa. Eles não comem com a gente, fazem seus pratos e ficam em outra mesa, almoçando juntos. Fazendo esse tour todos os dias, muitos se conhecem e são amigos.
Nosso almoço no primeiro dia foi vegetariano, o que deixou alguns dos rapazes desesperados.
Eu achei ótimo, porque a comida mais leve me caiu melhor durante essa viagem cheia de temperos fortes. Batatas, dois tipos de salada, tomates e abacate, hambúrguer de quinoa, refrigerante e água.
Tudo foi servido em abundância e bem gostoso, todo mundo repetiu.
Um detalhe importante: esquentar alimentos é bem difícil durante o tour. A maioria das coisas é preparada ou servida fria, para facilitar a vida do motorista.
Quando fui parabenizar nosso motorista pela comida, ele confessou que a mulher dele que preparou tudo, e ele só serviu.
O tour no Salar de Uyuni também conta com a sorte de encontrar um motorista bom cozinheiro, ou que tenha uma mulher que cozinhe e organize tudo pra ele.
Mais fotos no deserto de sal
Depois do almoço, seguimos dirigindo pelo deserto de sal, e nosso motorista fez mais uma parada para fotos. Essa foi ainda melhor que a primeira, porque já estávamos acostumados com o grupo e mais soltos para fotos.
O motorista também se mostrou bem prestativo, dando ideias de poses e fotografando o grupo.
Ele também levou dinossauros e outros brinquedos para brincarmos com as fotos em perspectiva.
Isla Incahuasi
Nossa próxima parada foi na Isla Incahuasi, ou Ilha dos Pescados. Imagine um oásis de cactos gigantes no meio do deserto de sal, essa é a ilha dos pescados.
A Ilha Incahuasi é uma das 33 ilhas do Salar de Uyuni, e uma das 10 que é possível visitar dentro do deserto de sal.
Incahuasi, em Quéchua, quer dizer ‘Casa dos Incas’, indicando a passagem dessa antiga civilização pela Ilha do Pescado.
É preciso pagar entrada na hora para visitar a ilha, e o ingresso dá direito a usar o banheiro de lá.
É importante aproveitar essas oportunidades quando paramos em locais com banheiros pagos, porque eles normalmente são mais limpos e garantem certa qualidade.
Fui somente uma vez num banheiro público, no meio do nada, e foi uma das piores visões da vida. Se a vontade apertar e não tiver banheiro pago perto, a solução é apelar para a ‘Madre Naturaleza’.
Vale a dica também de levar seu papel higiênico na mochila de mão, e não jogue o papel fora no meio do deserto, ok?
Falando sobre o que fazer ali pela ilha, existe um caminho delimitado para turistas, e o percurso total leva cerca de 20 a 30 minutos.
Vamos passando por formações de pedras muito interessantes, como o Arco de Coral, além das formas inusitadas dos cactos gigantes que dominam a ilha.
Com sorte, é possível ver um pequeno roedor que mora na ilha, e se esconde em buracos no chão.
A visão do Salar de Uyuni desde a Ilha Incahuasi é espetacular. No topo da ilha, há uma praça (Plaza 1 de Agosto), de onde se tem uma visão 360 graus do Salar de Uyuni. Lá também há um altar para celebrações da fé local.
A ilha Incahuasi tem alguma coisa de mágica, ou sobrenatural. Não sei explicar, mas é um cenário pra não esquecer nunca mais!
Pôr do sol no deserto de sal
Terminamos o tour pela Ilha Incahuasi, e esperamos nosso motorista, que esperou até estar bem próximo ao horário do por do sol para seguir estrada.
Depois de mais alguns minutos, paramos no meio do nada, com uma vista maravilhosa do sol que começava a sumir por trás das montanhas.
Quando pensamos em sair do carro, era tanto vento do lado de fora que resolvemos esperar até o último minuto (e enfim entendemos porque o motorista esperou tanto para sair da Isla Incahuasi).
O espetáculo do por do sol no Salar de Uyuni foi um dos mais bonitos que já vimos. Nem dá pra descrever a mágica de ver o sol se por em um deserto.
Hospedagem no hotel de sal
Com o sol indo embora, tudo ficou escuro muito depressa. Seguimos para nossa hospedagem em deserto de sal. A maioria dos tours passa a noite na comunidade de San Juan, mas aqui tivemos outra surpresa.
Nosso motorista mora no meio do deserto de sal da Bolívia! Nós ficamos hospedados no pequeno hotel que ele gerencia com a família, um pouco antes de San Juan.
O hotel segue o padrão das construções do deserto: tudo de sal, das paredes aos móveis. E olha que sorte: somente nosso grupo estava hospedado ali aquela noite!
Cada grupo ganhou um quarto privativo.
Os três meninos dormiram em um quarto com 3 camas de solteiro, Rafa e eu em um quarto de casal e a menina austríaca ficou com um quarto só pra ela.
Depois de nos alojar, tomamos banho quente (!!!), mas pagamos uma taxa extra ao motorista por esse “privilégio”.
Os filhos do nosso motorista apareceram correndo pra lá e pra cá, cobrando os bolivianos de todos. Repetindo: ‘Te vás a duchar? 10 bolivianos tienes que pagar’.
Ficaram tagarelando, passando o esfregão no chão e falando de futebol, Neymar e Pelé.
Eu estava esperando tanto perrengue para essa viagem, que jamais imaginava que nossa primeira noite no deserto de sal fosse assim, tão divertida e confortável.
Depois do banho, lanchamos biscoitos com chá ou café. Ficamos conversando até mais tarde, quando nos serviram o jantar.
Uma sopa quentinha, prato principal com batatas e carne (para alegria dos rapazes) e até um docinho de sobremesa.
Não podemos reclamar: demos a sorte grande com o motorista e a hospedagem no primeiro dia no Salar de Uyuni.
Nem dá pra dizer que teve perrengue no primeiro dia, e a viagem superou todas as expectativas quando pensamos nos lugares incríveis que conhecemos.
O nosso motorista se despediu, e a gente colocou o despertador para 6 da manhã.
Entramos no saco de dormir e no meio de todos os edredons da cama. A noite foi confortável e não sentimos frio. As luzes se apagaram às 22h, mas as tomadas ficaram funcionando para carregar celulares e câmeras.
Tour no Salar de Uyuni – dia 2
O segundo dia de tour nos levou para cenários completamente diferentes do dia anterior. Essa região da Bolívia tem cenários maravilhosos, que vão muito além da brancura do deserto de sal.
Mais que tudo, esse dia nos ensinou bastante sobre a vida em condições extremas, com lições sobre desapego, crescimento pessoal e vida mochileira.
Nesse dia do tour pelo Salar de Uyuni, os casacos serão essenciais. Se vista em várias camadas e use roupas ‘corta-vento’: você vai precisar de tudo isso.
A bota de trekking impermeável também é uma boa pedida – especialmente para caminhar próximo às lagunas altiplânicas.
Acordamos cedo, tomamos café preparado pela família do nosso guia. Chá, café solúvel, pão, geleia, doce de leite, ovo e um tipo de cereal doce (que pra mim parece com pipoca).
Organizamos nossa mochila de ataque com água, lanches, remédios, dinheiro e documentos). Colocamos os mochilões na parte de cima so carro, e saímos com o dia ainda começando.
Também não esqueça de colocar o básico na sua mochila, para ir com você dentro do carro (água,.
Povoado de San Juan
Nossa primeira parada foi no povoado de San Juan (onde a maioria dos grupos dormem no primeiro dia de tour no Salar de Uyuni).
Nosso motorista nos deixou numa espécie de ‘loja de conveniências do deserto’, um comércio que vendia de tudo um pouco.
Todo mundo estava bem abastecido e ninguém queria mais comprar artesanato. Então compramos apenas uma cerveja boliviana.
Era muito cedo pra beber, a gente chegou a comentar isso. Mas o motorista avisou que era a nossa chance de experimentar cerveja local. Ali ou nunca mais até o fim do dia.
Então esquecemos essa burocracia de horário recomendado e experimentamos cervejas diferentonas, com quinoa e outros grãos locais.
Salar de Chinguana
De volta para o carro, seguimos até o Salar de Chinguana, um deserto de sal menor que o Uyuni.
A quantidade de sal em Chinguana é menor, e ele fica mais misturado com a areia, então por ali não acontece aquele efeito de branco infinito, que é a marca registrada do Salar de Uyuni.
Paramos em uma linha de trem no meio do Salar de Chinguana.
Essa ferrovia está ativa e atravessa da Bolívia até o Chile, sendo usada para transporte de minérios até o porto de Antofagasta, no Chile.
O cenário fica perfeito para fotos. De um lado o toque branco do salar, ao fundo o vulcão Ollangue com seus 5865 metros de altitude.
Foram apenas uns 20 minutos ali e seguimos nosso caminho. Estamos bem perto da fronteira do Chile nessa parte do tour.
Vulcão Ollangue
Paramos mais uma vez, agora pra ver a grandeza do vulcão Ollangue um pouco mais de perto. Com atenção (ou uma lente de longo alcance), dá pra ver fumaça saindo da cratera do vulcão ativo.
Com sorte, você consegue ver animais nessa região.
Nós vimos uma viscacha (parece um coelhinho) e algumas vicuñas (parentes mais raras das alpacas). E tem toda a beleza da região, que é impressionante.
Para quem se interessar, existe opção de fazer um tour / trekking até a cratera do vulcão Ollangue.
A cratera do vulcão é impressionante, tem mais de 1250 metros de diâmetro e sofre bastante erosão pelas condições do clima. Por isso, é possível ver lava exposta.
As fumarolas branca e amarela indicam que o vulcão está ativo, permanentemente está expelindo água e enxofre.
Lagunas do Altiplano Boliviano
A partir daqui, se prepare para uma surra de lugares lindos.
A paisagem muda completamente, como se a gente tivesse chegado num oásis no meio do deserto. Descobrimos cenários espetaculares nas lagunas do altiplano boliviano.
A primeira, Laguna Cañapa, foi nosso cenário para o almoço. Tem uma área de estacionamento e algumas mesas. Parte dos carros para ali para comer.
Nosso motorista trouxe a comida prontinha de casa e arrumou tudo enquanto a gente dava uma volta na lagoa. As águas refletem as montanhas com perfeição, e os flamingos estavam por toda parte.
Foi irresistível, acabamos nos aproximando. Perto da água, descobrimos um solo grudento e fedorento, mistura de fezes de flamingo e qualquer outro elemento químico tóxico da laguna.
Um de nossos amigos pisou numa área mais instável e acabou afundando até metade da perna. Eca. Eca.
Nosso motorista preparou tudo na mala do 4×4. O almoço foi mais uma vez farto: coxa de frango (para alegria dos carnívoros), batata (uns 5 tipos), salada, refrigerante, água e uma maça de sobremesa.
Nos sentamos na mesa com vista para a Laguna Cañapa, e foi com certeza um dos cenários mais espetaculares que já tivemos para uma refeição.
Quando terminamos de comer, o motorista foi arrumar tudo e nós continuamos passeando ao redor da lagoa. Ficamos cerca de uma hora ali, e foi ótimo.
Seguimos para a Laguna Hedionda, a mais famosa da região.
A Laguna fica às margens do Hotel Los Flamencos, outro ponto de apoio no meio do deserto, que muitos grupos usam como base para almoço.
Por lá, além da estrutura do restaurante, há banheiros e até wi-fi (pago) para os turistas. Eu disse wi-fi. No meio do nada! Dá pra acreditar?
A água da Laguna Hedionda está repleta de flamingos, mas a água é tóxica e o cheiro de enxofre chegou a incomodar um pouco. Então nada de brincar perto da água. É preciso respeitar os limites de segurança.
Por último, visitamos as Lagunas Chiarkota e Laguna Honda, cada uma com sua beleza particular.
Tudo lindo por ali, como pode gente?
Deserto de Siloli e a Árvore de Pedra
A paisagem volta a ficar árida e seca em seguida, quando chegamos no Deserto de Siloli.
A gente teve que sair do carro todo encapotado porque essa região tem muito, muito vento.
Tanto, que a erosão formou um outro espetáculo para os olhos. As pedras vão sendo esculpidas por esse vendaval, ganhando formas curvas e inusitadas.
Essa é considerada uma das regiões mais áridas do mundo, quase nunca chove no Deserto de Siloli.
Uma das formações mais impressionantes é a Árvore de Pedra, que foi ‘moldada’ pelo vento até essa forma de árvore, que parece muito frágil e pronta pra cair a qualquer momento.
Recentemente, a Árvore de Pedra foi decretada monumento nacional boliviano.
Ficamos livres por cerca de meia hora para visitar as formações e subir nas pedras maiores para ter uma vista lá de cima. As montanhas ao redor impressionam com sua beleza.
No Deserto de Siloli, perto da Árvore de Pedra, tem uma ‘casinha’ usada como banheiro, mas não é pago e por isso não tem nenhuma manutenção.
E foi um dos lugares mais horripilantes que já visitei na vida. Então, mais uma vez, quando precisar ir no banheiro e não houver nenhuma estrutura paga, visite a ‘Madre Naturaleza’.
Laguna Colorada
Nossa próxima parada é na Laguna Colorada, a minha paisagem favorita desse dia.
As águas em tons vermelhos, junto com as montanhas ainda nevadas no fim do inverno fizeram esse cenário espetacular.
Mais uma vez estava ventando muito. O dia estava perto de acabar e percebi que a quantidade de vento aumenta muito quando a noite vem chegando.
O carro nos deixa em um ponto e vai mais adiante, nos esperar em cima de um morro mais adiante. Caminhamos ao redor da lagoa, vimos flamingos e sentimos muito frio.
É incrível como as condições climáticas podem atrapalhar um momento único assim. Eu queria ficar ali por horas, e ao mesmo tempo queria voltar para o carro para não morrer congelada. Dramas da vida de mochilão rs.
Reserva de Fauna Andina Eduardo Avaroa
Bem ao lado da Laguna Colorada está a portaria de controle de acesso da Reserva de Fauna Andina Eduardo Avaroa, onde estão as atrações que visitaremos no terceiro dia de tour.
Paga-se para entrar, e só aceitam dinheiro local.
É importante levar bolivianos para o tour. Seja nas barracas no meio do caminho, na Reserva de Fauna Andina Eduardo Avaroa, nos banheiros, a única moeda aceita é o peso boliviano.
Nada de cartão ou dólar no meio do deserto. Para viajar com segurança, você vai precisar de 250 a 300 pesos bolivianos em dinheiro, na carteira, por pessoa.
Mas se você planeja beber ou comprar artesanatos, separe mais dinheiro.
Quando entramos na reserva, eles entregam um bilhete, que precisaremos guardar e apresentar na saída da reserva, no dia seguinte.
Na Reserva de Fauna Andina Eduardo Avaroa existem alguns pequenos povoados, e um deles nos esperava para a nossa segunda noite no deserto.
Hotel da segunda pernoite no Salar de Uyuni
Nosso hotel para a segunda noite no Uyuni ficva dentro da reserva. E preciso agora te contar um fato sobre as hospedagens coletivas no Salar de Uyuni:
Quem chega primeiro, fica com o melhor quarto. Nós fomos o último carro a chegar, e nossa hospedagem tinha 6 quartos. Ficamos com o mais afastado, com a porta que não trancava e apenas uma tomada para todo mundo.
Geralmente há poucas tomadas disponíveis nas hospedagens do Salar de Uyuni. Você vai ter que dividir o uso com os colegas de quarto, e a energia será totalmente cortada no meio da noite.
Leve um power bank para carregar o celular, e use a energia do quarto para carregar câmeras fotográficas, se necessário.
Os quartos eram simples. Os únicos moveis eram 6 camas de solteiro construídas com blocos de pedra e um colchão. Na frente de cada quarto, uma mesa para as refeições, onde ficamos conversando pelo resto da noite.
Contei cerca de 35 viajantes na hospedagem essa noite, mais motoristas e os caseiros nessa hospedagem.
Saindo do nosso quarto, era preciso atravessar esse salão de mesas até o final para ir ao banheiro.
No meio da noite, saindo de dentro de um saco de dormir, esses foram os 50 metros mais congelantes da viagem até então.
E nada de água quente no banheiro. Era apenas uma ducha (fria), duas casinhas com vaso sanitário de limpeza um tanto duvidosa e duas pias com água gelada. Tudo unissex.
Logo que chegamos, serviram chá com biscoitos. Depois veio o jantar tipo ostentação no deserto (sopa de entrada. Uma macarronada deliciosa e até uma garrafa de vinho pra dividir pelo grupo de seis!!!).
Algumas pessoas foram até uma barraca no povoado, comprar cervejas e petiscos e ‘curtir a noite’. A gente preferiu ficar na hospedagem com o resto do chá quente e biscoitos.
Demos só uma saída na área onde os carros estavam estacionados, para fazer algumas fotos do céu – um dos mais bonitos e estrelados que eu já tinha visto.
Com tanto frio e água gelada, nos conformamos logo de cara que nessa noite não ia ter banho.
As luzes foram desligadas por volta das 23h e a gente ficou no completo breu. Quem voltou do povoado mais tarde teve que se virar no escuro para encontrar o quarto e a cama.
Essa noite foi bem mais fria que a primeira. Estávamos em uma maior altitude, cerca de 5000 metros. Eu dormi com tantas camadas de roupa que estava difícil até me mexer.
Nesse segundo dia de tour pelo Salar de Uyuni, o saco de dormir foi essencial para a gente não congelar até a morte dentro daquela hospedaria simples no meio do deserto. Se você não tem, alugue um na sua agência.
Mesmo com todas essas camadas, acordei congelando dentro do saco de dormir. Tive que levantar e buscar meu casaco mais pesado, para jogar por cima da cabeça e tentar dormir mais um pouco.
Mas a noite passou lenta. Parecia que as 5 da manhã nunca chegariam. O que nos restava era lembrar dos lugares lindos que vimos durante o dia, enquanto a gente tremia de frio.
Tour no Salar de Uyuni – dia 3
Ainda estava escuro quando o motorista bateu na porta do quarto acordando todo mundo para começar o terceiro dia no Salar de Uyuni (o último do tour!).
Ainda nem eram 5 da manhã e fora do saco de dormir estava um frio de doer a espinha. Todo mundo fechou os olhos tentando acreditar que podia ficar mais uns minutinhos na cama.
O cansaço do primeiro e do segundo dia de tour pelo deserto de sal começava a bater firme.
Em pouco tempo nosso guia-motorista já estava nos chamando de novo.
Levantamos e escovamos os dentes na água mais gelada que já bateu nos meus dentes.
Organizamos as mochilas, que foram pra cima do carro. Sentamos para comer alguma coisa. O café, solúvel como sempre. Mais chá, pão, manteiga, geleia e um cereal com cara de pipoca doce, que os bolivianos comem toda manhã.
O mundo lá fora estava completamente escuro quando a gente caiu na estrada. O aquecedor do carro estava ligado mas o termômetro externo não enganava.
Fazia -13°C lá fora e aquela altitude de quase 5000 metros não ajudava em nada para amenizar a sensação térmica.
Começava o terceiro dia no Salar de Uyuni, o dia que a gente ia chegar no Chile – e que começava como o dia mais frio de todo o tour.
Geisers Sol de la Mañana
Os Geisers Sol de la Mañana são o motivo pelo qual a gente começa tão cedo o terceiro dia no Salar de Uyuni.
Uma área de atividade vulcânica no sul da Bolívia, que fica próximo à Laguna Colorada e dentro da Reserva de Fauna Andina Eduardo Avaroa.
A melhor hora do dia para visitar os geisers é durante a manhã, logo ao nascer do sol.
É uma área de aproximadamente 2km, cheia de crateras que expelem uma fumarola tão bonita quanto perigosa, pelo forte teor de enxofre.
No interior das crateras, dá pra ver a borbulha do material e honestamente fiquei imaginando o que acontece com o que cai ali dentro.
O cheiro de enxofre é muito forte. Se não estivesse tão frio, eu ia dizer que era uma prévia do inferno.
O sol começava a nascer. Primeiro o motorista nos levou até um géiser artificial, construído pelos locais para as brincadeiras dos turistas.
Ali é possível colocar a mão no vapor e até pular no meio da fumaça – que também tem cheio de ovo podre.
Eu quis fazer vídeos de Rafael com o celular, então tirei as luvas por um pedacinho de tempo. E nunca mais conseguir esquentar minha mão, que doía e parecia que ia cair petrificada no chão.
Sem exageros: o maior frio que já senti na vida foi nesse dia, nesse momento, nesse lugar.
Fomos até a área dos geisers naturais e o cenário é bonito demais. A força da natureza nos transporta para uma terra primitiva, que parece que está igual há centenas de anos, como na formação do planeta terra.
Aquele material fervendo nas crateras é hipnotizante. O jogo de luz e sombra da fumaça com os primeiros raios de sol é de uma beleza indescritível.
O potencial geotérmico da área é enorme – e o guia falou que já existem empresas querendo explorar isso na região!
Não sei, mas eu lamento um pouco que tudo não permaneça pra sempre como eu vi: selvagem, poderoso e inesquecível!
Dá vontade de tirar foto de tudo. Eu fiz várias, agora já com a luva.
E teria feito muito mais, se não fosse o sentimento de que minha mão ia congelar e cair no chão no meio do deserto hahah.
De volta ao carro, levei cerca de 30 minutos com a mão dentro da luva, no meio das pernas, tentando direcionar todo o calor do meu corpo para salvar meu membro superior.
Histórias que só o Salar de Uyuni é capaz de te proporcionar!
Termas de Polques
Seguimos para o Sul, cada vez mais perto da fronteira com o Chile. Já começava a me bater um sentimento de despedida do Salar de Uyuni.
Apesar de todos os perrengues, eu não queria que o tour terminasse. Eu tinha encontrado um dos lugares mais especiais da terra!
Com mais 30 minutos de estrada, chegamos nas Termas de Polques. Por uma taxa extra você pode entrar nas termas e tomar um banho nas águas com média de temperatura de 30 °C.
Mas ainda era muito cedo. A temperatura já tinha esquentado um pouco depois do nascer do sol, mas permanecia cerca de -5°C. Frio demais, o que desanimou todos nós.
Ninguém cogitou a possibilidade de tirar o casaco para por uma roupa de banho no meio do deserto, naquele frio de doer.
Na verdade, um de nós animou sim: o motorista! Que riu da gente e falou que éramos todos bobos, que a água estava uma delícia e a gente estava perdendo toda a diversão hahaha.
Acabamos ficando no estacionamento, comendo nosso lanche e vendo a fumaça que saía da água, contraste com o vento frio que fazia do lado de fora.
Deserto de Dalí
Surrealismo no meio do deserto. Não sei se a vida imita a arte, ou o contrário.
Falam que era ali que Salvador Dalí buscava inspiração para seus quadros. As fotos ficaram meio distantes, mas dá pra ver as pedras perdidas no deserto, lá longe.
As cores das montanhas ao redor misturam tons de vermelho, marrom e outras tintas. É tudo bem bonito e o motorista parou o carro bem no meio do nada, nos colocando em perspectiva de 360 graus pra todo aquele infinito.
O tour pelo Salar de Uyuni está acabando, e meu coração cada vez mais já começa a ficar saudoso das paisagens da Bolívia!
Laguna Blanca e Laguna Verde
Acho que nosso motorista já começava a sentir a nossa falta também. Estávamos na estrada e ele puxou do porta-luvas um pirulito para cada um.
Fomos adoçando a vida até chegarmos na última parada do tour, as vizinhas Laguna Verde e Blanca.
Paramos numa área que fica entre as duas lagunas, mais próximo da Laguna Verde. A Laguna Blanca, mais distante um pouco, impressiona pelo tamanho.
A sua superfície esbranquiçada é consequência da alta quantidade de minerais, especialmente bórax. Os flamingos brincam nas águas por ali também.
Já a Laguna Verde estava bem mais perto de nós e o motorista nos deu alguns minutos para irmos até perto da margem. Ela é bem menor que sua vizinha branca. A cor verde vem do alto teor de cobre e arsênico.
É preciso ter cuidado com suas águas salgadas e altamente tóxicas, que não suportam nenhum tipo de vida. Nem os flamingos aparecem por ali, já que não há o que comer nas águas da Laguna Verde.
Dependendo da cor da água, que muda ao longo do dia, e da incidência dos raios do sol, é possível ver o desenho do Vulcão Licancabur refletido perfeitamente nas águas da Laguna Verde.
O Licancabur é o símbolo do Deserto do Atacama e marca a fronteira entre Bolívia e Chile. Um cenário perfeito para nossa despedida da Bolívia.
Fronteira e Imigração na Bolívia
Saindo das lagunas, passamos no posto de controle da Reserva de Fauna Andina Eduardo Avaroa.
É preciso validar nossa saída da reserva, apresentando o boleto que pegamos na entrada devidamente carimbado com as datas de visita.
Seguimos então para a fronteira com o Chile, onde está o escritório de imigração boliviano. O carro parou e o motorista começou a descarregar nossas malas.
Nosso grupo aqui se dividiu: Rafa, eu e a menina austríaca seguimos para o Chile, para o Deserto do Atacama. Os meninos de São Paulo retornaram para a cidade de Uyuni, para conhecer Sucre.
Mas essa também foi a despedida do motorista: na fronteira, eles sempre trocam os carros, reorganizam os grupos e começam novo tour, agora em sentido contrário, Atacama => Uyuni.
Os meninos foram colocados em um carro junto com pessoas que também retornavam para Uyuni.
Para quem faz o caminho de volta, não são muitos atrativos. Você vai passar por alguns vilarejos, como Villamar e pelo Valle de las Rocas, que parece um pouco com o Deserto de Siloli.
Já quem ia seguir para o Chile pegou suas mochilas e entrou na fila de imigração com os passaportes na mão.
Uma pequena casinha no meio do nada, com um aviso na porta que eles fecham por duas horas para o almoço.
Um vento danado castigava todo mundo em pé ali. De repente, nosso motorista ressurge, pedindo nossos passaportes e 15 bolivianos para ‘agilizar’ o processo, para a gente não perder o transfer até San Pedro de Atacama.
Ficamos com medo de acabarmos abandonados no deserto e pagamos ‘a taxa nada oficial’. Eles nos colocaram no micro-ônibus e trouxeram o passaporte em poucos minutos.
Além da nossa empresa de transfer (Pamela Tours), existia mais uma, onde nossa amiga austríaca foi colocada.
É tudo muito confuso: compra-se o tour em empresas diferentes, viaja-se junto e eles te separam no transfer. Não há muito critério lógico.
Bem-vindos ao Chile!
Quando todo mundo entrou no micro-ônibus, o transfer partiu.
Bastou atravessar a fronteira que tudo mudou: saímos do sacode-sacode das estradas sem asfalto da Bolívia, para as estradas de rodagem perfeitamente sinalizadas do Chile. Que mudança!
O motorista nos entregou as fichas de imigração, avisou sobre a ilegalidade de entrar com qualquer bem alimentício não-industrializado no território chileno. Avisou também que as malas iam passar no raio-X.
Ele só tinha uma caneta pra emprestar para o ônibus todo, então ainda bem que eu tinha a minha na mochila de ataque.
O escritório de imigração já fica dentro de San Pedro de Atacama, numa região um pouquinho afastada do centro. Tudo muito organizado, por filas separadas por grupos de transfer.
Ficamos cerca de 30 minutos por lá, e então voltamos ao microônibus que nos deixou no estacionamento público central de San Pedro de Atacama.
Bem-vindos ao Chile!
Quando ir para o Salar de Uyuni?
Com mais de 10 mil km², o Salar de Uyuni impressiona em qualquer época do ano.
Mas antes de marcar a viagem, é importante entender como as estações mudam completamente a paisagem e as condições dos tours.
Saber quando ir para o Salar de Uyuni faz toda a diferença para viver a experiência que você deseja, seja o deserto branco e seco ou o famoso “espelho do céu”.
Temporada seca no salar de Uyuni (maio a outubro)
Esse é o inverno no hemisfério sul e, embora o sol brilhe forte, prepare-se para o frio intenso, especialmente à noite, quando as temperaturas podem despencar a até -12 ºC ou menos.
É a melhor época para ver o chão de sal seco e rachado, formando padrões geométricos perfeitos. O céu costuma estar limpo, com visibilidade incrível, e o acesso às áreas remotas fica mais fácil.
Se seu objetivo é fazer fotos clássicas do salar branco e infinito, essa é a temporada ideal.
Temporada de chuvas no Salar de Uyuni (janeiro a março)
No verão, o salar se transforma no famoso “espelho do céu”. As águas acumuladas criam uma camada reflexiva que faz o deserto parecer um imenso espelho natural, refletindo céu, nuvens e tudo ao redor.
As temperaturas são mais amenas, com média de 1 ºC na cidade de Uyuni, mas a presença de água pode limitar o acesso a algumas áreas, tornando alguns tours mais curtos ou suspensos.
É a época preferida de fotógrafos em busca daquele clique perfeito, um espetáculo visual único no mundo.
Meses de transição (novembro, dezembro e abril)
Nesses meses, você pode ter um pouco das duas experiências, dependendo da quantidade de chuva. É uma boa alternativa para fugir da alta temporada e ainda ter chance de ver o efeito espelhado.
Nós visitamos o Salar de Uyuni em setembro e pegamos paisagens lindas, com o degelo das montanhas, mas sentimos bastante frio à noite.
A escolha da melhor época para visitar o Salar de Uyuni depende do que você quer vivenciar: o branco seco e infinito ou o mágico espelho d’água.
Seja qual for sua decisão, a imensidão e a beleza desse lugar impressionam demais.
E a gente, sem dúvida, planeja voltar para ver o Salar alagado. Deve ser uma experiência inesquecível!
Como ir ao Salar de Uyni
Chegar ao Salar de Uyuni, na Bolívia, é parte da aventura. O ponto de partida mais comum é a cidade de Uyuni, base para todos os tours pelo deserto de sal.
Você pode chegar de avião, ônibus ou em travessias 4×4, dependendo de onde começa a viagem.
A grande vantagem de iniciar o passeio na Bolívia é o custo: os tours para o Salar de Uyuni saindo de Uyuni são consideravelmente mais baratos do que do lado chileno.
Saindo de La Paz (Bolívia)
- Avião: a forma mais rápida. A Boliviana de Aviación (BOA) opera voos diretos para Uyuni em cerca de 1 hora.
- Ônibus: viagem noturna de 8 a 10 horas, partindo do Terminal Rodoviário de La Paz. Empresas como Todo Turismo e Trans Omar oferecem ônibus semi-leito e leito, com bom conforto.
Saindo de San Pedro de Atacama (Chile)
Para chegar no Uyuni saindo do Atacama, basicamente você vai fazer o percurso contrário do que relatamos no nosso roteiro pelo Salar de Uyuni.
A travessia é feita em veículos 4×4, com tours de 3 ou 4 dias que incluem lagunas altiplânicas, gêiseres e formações rochosas.
A fronteira mais usada é Hito Cajón. É uma rota muito procurada por quem quer combinar Atacama e Uyuni no mesmo roteiro.
Outras cidades da Bolívia
- Potosí: cerca de 7 horas de ônibus para Uyuni.
- Sucre: cerca de 9 horas de ônibus para Uyuni.
Ambas as cidades têm conexões regulares e custo da passagem de ônibus é menor que voar.
Dicas importantes para chegar ao Salar de Uyuni
- Aclimatação: a região está a 3.650 m de altitude; passe pelo menos um dia em cidades mais altas antes para evitar o soroche (mal de altitude).
- Reserva antecipada: na temporada de chuvas (jan–mar), a procura é alta e alguns trechos podem ficar inacessíveis. Reserve o seu tour antecipado!
O que levar para o Salar de Uyuni
O Salar de Uyuni é lindo, mas não subestime o clima: as temperaturas são extremas, especialmente depois que o sol se põe. Vá preparado para muito, muito frio.
A dica de ouro é vestir-se em camadas — você coloca ou tira peças conforme o dia esquenta ou esfria.
Lista essencial para a travessia do Salar de Uyuni:
- Roupas de frio: casaco fleece, jaqueta impermeável/corta-vento, segunda pele térmica, gorro, cachecol, luvas, meias grossas e botas impermeáveis (ou calçado resistente para trekking).
- Higiene e cuidados pessoais: escova e pasta de dentes, papel higiênico, lenços umedecidos, protetor solar, óculos de sol, boné ou chapéu, toalha compacta de viagem, hidratante para corpo e rosto, protetor labial, colírio lubrificante, soro ou lubrificante nasal, remédios básicos e de uso contínuo, folhas de coca para o mal de altitude.
- Saco de dormir: ajuda a aliviar o frio das noites no Salar de Uyuni (você pode alugar com a agência do tour).
- Alimentação e água: leve lanches para comer no carro e bastante água (cerca de 6 litros por pessoa para 3 dias). Evite alimentos de origem animal ou vegetal frescos, pois eles não podem entrar no Chile (há fiscalização na fronteira).
- Dinheiro: faça câmbio nas capitais, pois a cotação em Uyuni é ruim e em San Pedro de Atacama exige pesquisa. Leve cerca de 250 bolivianos em espécie para pagar taxas, banheiros e outros gastos no deserto
- Mochilas: leve uma mochila grande (que vai no bagageiro) e uma pequena para ficar com você no carro. Nela, coloque documentos, dinheiro, lanches e uma garrafa pequena de água.
Dicas práticas para aproveitar o tour
Respeite o meio ambiente – não deixe lixo no deserto e evite pisar nas formações salinas fora das áreas permitidas.
Escolha bem a agência – verifique avaliações recentes, segurança dos veículos e se o guia fala o seu idioma.
Feche o tour com antecedência na alta temporada (dezembro a março). Na baixa, dá para negociar preço.
Leve dinheiro em espécie (bolivianos) para pagar taxas, banheiros e pequenos gastos durante o trajeto.
Use roupas em camadas – o frio é intenso à noite e no amanhecer, mas o sol pode esquentar no meio do dia.
Beba muita água para ajudar na aclimatação à altitude e evitar dores de cabeça.
Proteja-se do sol e do vento com protetor solar, óculos escuros e protetor labial.
Aproveite para desconectar – o sinal de internet é quase inexistente. Curta a experiência.
Perguntas frequentes sobre o que levar para o Salar de Uyuni
Não é obrigatório, mas ajuda muito no frio da noite. Você pode alugar em Uyuni ou em San Pedro de Atacama.
Sim. Além de cortar o vento gelado, a jaqueta impermeável ajuda caso o tempo mude de repente. No período de chuvas (dezembro a março) é indispensável.
Sim. Leve pelo menos 6 litros por pessoa para a travessia de 3 dias. A água vendida durante o tour é mais cara e nem sempre fácil de encontrar.
Em alguns vilarejos, sim, mas a variedade é pequena. Vale levar snacks e frutas secas já no início do tour.
Sim. Cerca de 250 bolivianos são suficientes para taxas, banheiros e pequenos gastos durante a travessia.
Não, se você for cruzar a fronteira para o Chile. Esses itens serão retidos na fiscalização.
Para muitas pessoas, sim. Elas ajudam a aliviar sintomas leves. Mas se o mal de altitude for intenso, procure atendimento médico.
Não é obrigatório, mas é altamente recomendado — principalmente na temporada de chuvas, quando o salar fica alagado.
Continue planejando sua viagem à Bolívia
Agora que você já sabe o que levar para o Salar de Uyuni, aproveite para organizar o resto da sua aventura pela Bolívia. No blog, você encontra guias completos para montar seu roteiro e viajar com mais segurança e economia:
- Tour Chacaltaya e Valle de la Luna perto de La Paz
- Como ir de La Paz a Copacabana de ônibus
- Isla del Sol, o paraíso no Lago Titicaca
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Planeje a viagem
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Excelente relato Lila,
Tenho muita vontade de conhecer este lugar, mas confesso que tenho alguns receios. Viajarei sozinha com meus 2 pets em um trailer e já percebi que as restrições com os pets são grandes! Mas vou continuar pesquisando. Muito obrigada por compartilhar e nos informar de várias coisas importantes.
Oi Ivonete, o Salar de Uyuni é bem complexo para se viajar por conta própria, incluindo os trajetos por lá que não são demarcados, precisando ter boa noção de navegação pelo deserto de sal, fora ter um carro em ótimas condições para enfrentá-lo.
Viajar com os pets pode é realmente bem complexo, precisando analisar as regras de cada país onde você vai cruzar a fronteira.
Grande Abraço e boa viagem.
Boa noite! Queria fazer a travessia de três dias , porém virei de Potosi. Que horas sai de Uyuni? Obrigado
Oi Luciano, a travessia do salar sai de Uyuni por volta das 10 da manhã!
Grande Abraço.
Oi, Lila! Obrigada por todas as dicas! Atravessarei o Salar pela Bolívia, em direção ao Chile. Você tem informações de como estão as restrições de COVID para brasileiros nessa travessia? Obrigada!!
Oi Julia,
Não temos nenhuma noticia recente de algum conhecido que passou por lá!
Como as regras de imigração tem mudado constantemente em decorrencia da covid (cada dia mais “tranquilas”), acredito que não deva ter problema durante a sua viagem, dependendo de quando for acontecer.
Você pode acompanhar as regras atualizadas nesse site https://www.chile.travel/planviajarachile/
Grande Abraço e boa viagem
Bom dia,
Tenho interesse em fazer os dois Aracama e Salar
Por onde seria interessante começar .
Oi Solange. Você pode fazer das duas formas, tanto começando no Salar quanto no Atacama. O acesso pelo Atacama é mais fácil, mas os passeios para o Uyuni que saem de lá costumam ser um pouco mais caros que os que saem da Bolívia. Aqui no blog tem bastante coisa sobre o atacama também, vale conferir!
Boa noite! Pretendemos ir a San Pedro de Atacama em outubro, vamos nos hospedar lá, alugar um carro e fazer todos os passeios por lá (voltando pro hotel no final do dia).. enfim.. acho o salar super bonito e queria muito aproveitar pra visitar, vc acha viável sair um dia de San Pedro ir até Uyuni, dormir em um hotel, visitar o Salar e voltar pra San Pedro de Atacama? Aguardo sua resposta! Muito obrigada!
Oi Carina, Acho meio inviável de fazer esse “bate-e-volta” com um pernoite, visto que são cerca de 8 horas de viagem de SPA até Uyuni, Saindo de Uyuni até o Salar (na ilha dos pescados – ilha dos cactos) são cerca de 2 horas de ida e mais 2 horas de volta, e mais 8 horas pra voltar para SPA.
Eu separaria 1 dia para ir, 1 dia para visitar e mais 1 dia para voltar.
Inclusive é necessário confirmar se a locadora autoriza sair do Chile para a Bolívia com o Carro, fornecendo os documentos necessários para isso!
Obrigado e boa viagem!
Oie! tudo bem?
Planejo uma viagem ao Salar para Abril do próximo ano, tenho pesquisado bastante e não achei nenhuma informação certa se eu indo de Potosí, consigo fechar passeios pela cidade, saindo de Potosí e indo para o Salar, fazer os 3 dias e voltar para Potosí.
Você sabe se é possível?
Indo de Uyuni e voltando para Uyuni é possível, certo?
Estou muito receosa, pois farei a viagem toda sozinha, e será minha primeira viagem sozinha, depois vou para La Paz e sigo subindo para o Peru.
Me ajuda, rs.
Obrigada!!!
Beijoos
Oi Estelle, Não temos nenhuma agência para indicar em Potosí, mas provavelmente as agências que fazem os tours para as minas de prata devem oferecer o tour do Salar, incluindo ou não o ônibus para chegar a Uyuni, e em caso de pernoite também uma opção de hostel, a viagem entre Potosí e Uyuni é longa, não pela distância, mas pelas condições das estradas. Os passeios do Salar saem sempre Uyuni (no lado Boliviano) ou de San Pedro de Atacama (no lado Chileno). Na volta para Uyuni, você pode comprar uma passagem de ônibus direto para La Paz, não precisando retornar para Potosí e então seguir para La Paz. Obrigado pelo comentário e boa viagem
Deve ter sido uma experiência espetacular. O frio mais intenso que peguei na vida foi no Atacama quando eu fui mil anos atrás, quase em outra vida! 🙂 Imagino que no Uyuni seja algo parecido.
As imagens devem mesmo compensar os perrengues, mas confesso que vou observar e acompanhar por aqui. rsr Se meu bolso permitir, quero experiência livre de perrengue. rsrsr Um dia quero visitar. Acho, até hoje, o Atacama um dos lugares mais espetaculares que eu já visitei. Voltarei um dia se puder. Tenho muuuita vontade de ir ao Uyuni. Por enquanto, vou vendo toda esta aventura por aqui. Vou ver os detalhes desta travessia. bjocas
É bastante parecido com o Atacama sim (só menos estruturado, talvez mais parecido com o que você visitou anos atras!).
Torcendo pra voce encarar um dia Ana, com ou sem perrengue. É um lugar sobrenatural de lindo, os olhos não acreditam no que estão vendo!