Os benefícios para quem pratica slow travel

Algumas fases da vida pedem (e levam) muito de nós. Vamos entrando num ritmo louco e quando nos damos conta, é tudo trabalho, compromissos, correria.

A gente não sabe se sobra tempo pra mais nada. Vamos deixando pra depois. Uma hora, é preciso parar e reavaliar.

E esse meu choque de realidade, quem diria, começou com as viagens. A necessidade de desacelerar veio antes mesmo de conhecer o termo.

E quando ouvi falar, pela primeira vez, sobre esse tal do slow travel, tudo fez sentido pra mim. É assim que eu viajo hoje. A boa notícia os benefícios do slow travel são reais e podem mudar não só suas viagens, mas toda sua vida!

Leia também: Slow travel: um manifesto pelo prazer de viajar sem pressa

5 benefícios do slow travel: porque vale a pena viajar mais devagar

Você vai sair do óbvio – e deixar o destino te surpreender

Quem segue a linha do ‘roteiro imperdível para conhecer Roma em 3 dias’ vai ter sempre uma agenda bem cheia.

Vai passar os 3 dias na correria entre os clássicos imperdíveis, tentando cumprir o roteiro ‘que todo mundo faz’.

Mas e se realmente não existir isso de atração imperdível?

Você já parou pra pensar que essa lista de atrações que outro alguém recomendou pode não ser o que você vai gostar de fazer na Cidade Eterna?

Hoje em dia, não viajo mais com roteiro engessado. Deixo a planilha em casa, não tenho obrigação de cumprir cronograma.

Para correria e agenda de horários, já basta a vida real no trabalho, né? Quem precisa disso nas férias?

Sempre dou uma olhada na lista de atrações e escolho minhas favoritas. Mas meu roteiro é sempre flexível. Posso ficar mais tempo numa atração bacana, por que não?

Ah, mas assim você não vai conhecer o lugar tal que viria logo depois. Ué, mas eu não estou me divertido? E não é sobre isso que a gente viaja, pra começo de conversa?

Quando a gente deixa essa folga no cronograma, sempre dá pra encaixar uma dica de última hora, que você que você descobriu com um local e que vai te fazer sair do óbvio no roteiro da cidade.

Quem mora na cidade  uma ótima fonte de informação para sair do óbvio e fazer grandes achados na cidade.

Por falar em achados, sempre deixo um espaço na agenda sem nenhuma programação: é a hora de deixar o destino me surpreender.

Uma caminhada sem destino que vai me levar até um restaurante, uma rua charmosa para fotografar, um sanduíche que comprei no mercado e comi no banco da praça.

As melhores memórias dos meus últimos destinos são de momentos assim, sabia?

Você vai relaxar de verdade

Sabe aquele sentimento de que a gente precisa de ‘férias para descansar das férias’? Pois é, isso acontecia o tempo todo comigo. A correria louca de percorrer uma cidade de norte a sul em um dia pode mesmo derrubar a gente.

Mas com o slow travel, você não precisa correr! Você pode ir no seu ritmo, descobrindo uma coisa de cada vez. Sem pressão.

Quer passar a tarde toda no jardim em frente a torre eiffel, curtindo um pique-nique. Tá tudo bem. Quem disse que não pode?

Você pode economizar – e incentivar a economia local

Eu comparo o preço das minhas viagens hoje e na época do fast travel, e fico assustada com a diferença do orçamento. Um roteiro lotado de atrações envolve muitos ingressos também, pense nisso.

Além disso, quando saímos na correria querendo conhecer muitos lugares em pouco tempo, ainda precisamos somar o valor de deslocamento de fazer inúmeros bate-e-volta!

Na hora de pensar em hospedagem, alugar um apartamento por temporada pelo Airbnb pode sair mais barato que hotel.

Dá pra compartilhar com mais gente e você pode economizar preparando refeições em casa, aproveitando a cozinha da casa.

Além disso, dá pra frequentar mercado e fazer compras dá aquele sentimento de estar vivendo quase como um local, né não?

E ao ficar mais tempo em um destino, você vai ter a chance de conhecer melhor a cidade e o seu bairro.

Com certeza, vai ter uma boa chance de descobrir a autêntica comida local – e descobrir opções mais baratas de restaurante.

Você incentiva o comércio local, os restaurantes e os pequenos produtores. Toda uma cadeia de consumo e turismo consciente, por causa do seu slow travel!

Você vai apreciar cada momento e lugar de uma forma única

Um conceito básico que muda com o Slow travel: “você para de passar, passa a estar”.

Quando você se demora num lugar, mesmo que seja num restaurante ou mercado local, começa a prestar atenção em tudo com um olhar mais atento.

Os olhos curiosos do turista que está descobrindo um novo lugar no mundo começam a observar detalhes que passam despercebidos pra quem está só dando uma passadinha para uma foto. Sacou a diferença?

Você vai se conectar com o destino

Para mim, esse é um dos maiores benefícios o slow travel. Quem viaja devagar (e realmente se abre para a experiência) começa a entender melhor o lugar.

Costumes, gestos, ambiente: você vai, mesmo que por um curto espaço de tempo, se tornar a parte daquele universo. Falando com pessoas, quem sabe aprendendo um pouco do idioma, ouvindo histórias, colecionando momentos!

Os benefícios do Slow Travel: porque vale a pena viajar mais devagar.

No Chile, trocamos a visita guiada a uma vinícola famosinha da capital por um almoço com um amigo chileno que não víamos há muito tempo, e que morava ali no Vale de Casablanca, a alguns quilômetros de Santiago.

Conhecemos a sua família, aprendi a cozinhar um prato tradicional chileno, bebemos vinho com a vista do vale na época desconhecido, mas que hoje é uma das regiões mais visitadas do Chile porque adora vinhos brancos.

Deixamos o turístico de lado sem medo de viver uma experiência local, autêntica. E essa foi uma das melhores tardes da nossa viagem!

Slow travel não é bom só pra você

O melhor é que praticar o slow travel faz a gente pensar mais localmente, e entender muito mais na perspectiva global.

Saindo das grandes atrações, muitas vezes camufladas para serem ‘bonitas pra turista ver’, você passar a entender mais sobre a realidade social da cidade.

Com esse olhar mais aprofundado e nada romantizado sobre as cidades, a gente entende porque o turismo precisa ser sustentável.

Impossível não pensar no impacto que o turismo exerce sobre as cidades – para o bem e para o mal. Participar da realidade local com certeza muda nossa perspectiva sobre o global.

Mudamos nosso comportamento para ajudar a realidade local, e levamos o aprendizado de volta pra casa. E é sobre isso que a gente fala quando diz que o turismo pode mudar o mundo.

Quem tem tempo, pode até esticar o tempo no destino e pensar numa forma de participar da comunidade.

Um bom jeito de fazer isso é através do trabalho voluntário. No blog Apure Guria, tem dicas de como fazer voluntariado através da plataforma Worldpackers.

Quer conhecer mais gente que pratica Slow Travel?

Tem muita gente pelo mundo que reconhece os benefícios do slow travel e adotou esse estilo de viagem!

A maioria dos sites são em inglês, mas você pode dar uma espiadinha no blog Slow Travel Magazine e Never Ending Voyage.

Se você também pratica slow travel, ou conhece algum blog sobre o tema, fala pra gente aqui na caixinha de comentários!

Fotos: Pixabay.com

Lila Cassemiro
Klécia Cassemiro (Lila, para os amigos) é fotógrafa, videomaker e editora de conteúdo no blog Fui Ser Viajante. Também é sommelier de cervejas, formada pelo Instituto Science of Beer. Viajante geminiana e curiosa, é especialista em desenhar roteiros fora do óbvio e descobrir os segredos mais bem escondidos de cada destino.
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