O que é soroche? Saiba como prevenir o mal de altitude

Dor de cabeça, enjoos, indisposição severa. São todos sintomas do mal de altitude, uma das maiores preocupações de quem viaja para destinos muito acima do nível do mar. Mas afinal, tem como evitar o soroche?

O temido soroche, ou mal de altitude, pode acometer qualquer indivíduo que passa, subitamente, por uma grande variação de altitude.

Por exemplo, ao escalar uma montanha. E, por isso, o mal de altitude também é conhecido como mal da montanha ou dos montanhistas.

Ou ao viajar para destinos que estão muitos metros acima do nível do mar, como Cusco, La Paz, Deserto do Atacama e Himalaia.

Mas antes de falar sobre como prevenir o soroche, precisamos entender: por que a altitude faz mal para nossos corpos? Por que um organismo que vive próximo ao nível do mar sofre tanto ao ser exposto repentinamente a altitudes elevadas?

Nesse post, vamos explicar um pouco sobre o mal das montanhas ou soroche. Além disso, vamos compartilhar nossa experiência viajando por destinos de altitude.

O que é mal de altitude? O que causa o soroche?

O mal de altitude é um desconforto físico, que acontece em nosso corpo devido à dificuldade do organismo de se ajustar aos níveis mais baixos de pressão de oxigênio que encontramos em locais de grande altitude.

Nessas condições de ar mais rarefeito, o corpo enfrenta dificuldades para absorver o oxigênio, necessário para o bom funcionamento do corpo.

Outros nomes para o mal de altitude são soroche, mal da montanha ou puna.

O termo soroche nasceu aqui na América do Sul. No idioma dos povos andinos, soroche significa minério. Inicialmente se pensava que a doença era causada por gases tóxicos que subiam das zonas de mineração nas montanhas andinas, daí o nome.

Nem todo mundo que viajar para um local de altitude elevada vai sentir os efeitos do soroche. Mas, chegando lá, pode acontecer com qualquer um. É, de certa forma, impossível de saber antes de viajar.

Os sintomas costumam ocorrer em até algumas horas após a chegada no destino. Os sintomas mais comuns do mal de altitude incluem dor de cabeça, náuseas, falta de ar e incapacidade de fazer esforço físico (mesmo pequenos esforços ficam bem difíceis).

A maioria dos casos de mal de altitude são leves. O paciente se recupera em torno de 1 a 3 dias depois do início dos sintomas, com repouso e hidratação.

Por outro lado, casos graves de soroche podem exigir tratamento hospitalar, e em alguns casos podem ser fatais.

Por isso, soroche não é brincadeira. Antes de viajar, é importante ler sobre a doença, entender e saber reconhecer os sintomas, prevenir o soroche (dentro do possível) e estar preparado para procurar tratamento se necessário.

A fisiologia do mal de altitude

Para entender melhor como e porque sentimos soroche, vou colocar aqui alguns conhecimentos de biologia e fisiologia. Mas não se preocupe: vou tentar simplificar o assunto ao máximo.

O corpo precisa captar o oxigênio para se manter organismo funcionando. Quanto maior a altitude, menor a pressão do ar (o chamado ar rarefeito) e menos oxigênio temos disponível na atmosfera.

Com menos oxigênio, o corpo precisa ser mais eficiente na captação e transporte desse oxigênio, já que a demanda das células por oxigênio se mantém (ou até aumenta) nessas condições de altitude elevada.

Quem desempenha essa função de transporte de oxigênio no corpo são as hemácias ou glóbulos vermelhos. Lembra delas da aula de biologia?

A resposta fisiológica do corpo humano na altitude é aumentar a produção e quantidade de glóbulos vermelhos circulando no sangue, para conseguir captar e transportar oxigênio com mais eficiência – e assim suprir as necessidades das células.

Mas essa adaptação com aumento dos glóbulos vermelhos não acontece do dia pra noite. O processo completo pode levar leva meses.

Fisiologicamente, as pessoas que moram em altitudes elevadas se adaptam a essas “condições adversas”. Elas possuem mais hemácias na corrente sanguínea do que as pessoas que moram ao nível do mar.

Coisa linda essa biologia.

Por isso que, quando pegamos um avião e transportamos nosso corpo, em poucas horas, desde o nível do mar para uma altitude extrema, é muito comum sentir os sintomas do mal de altitude.

Seu organismo ainda não está preparado para enfrentar essas condições de ar mais rarefeito!

O corpo precisa se “aclimatar”, ir se acostumando a viver sob aquela condição de pressão atmosférica. Isso leva um tempo (que varia de pessoa a pessoa).

Especialmente durante as primeiras horas de aclimatação, o mais indicado é evitar esforços físicos exagerados, para diminuir a demanda do corpo por oxigênio.

O que causa o soroche?

A falta de oxigênio nas células do organismo é a causa principal dos sintomas conhecidos na América do Sul como soroche, ou mal de altitude.

Além disso, outros sintomas surgem como consequência das diversas “adaptações emergenciais” que o corpo ativa para enfrentar a limitação de oxigênio.

Por exemplo, o aumento de calibre nos vasos sanguíneos (especialmente de áreas consideradas essenciais, como o cérebro e pulmões) acontece como uma tentativa de facilitar a troca gasosa com as células. É uma resposta adaptativa do organismo.

Mas enquanto seu corpo está tentando consertar as coisas, podem surgir alguns sintomas do mal da montanha, como consequência dessa resposta adaptativa.

Um exemplo clássico é o desenvolvimento de edema (extravasamento de líquido para fora desses vasos dilatados).

As consequências desses edemas vão desde uma dor de cabeça constante até a morte, em casos graves.

A partir de qual altitude podem surgir os sintomas do soroche?

É difícil responder essa questão porque cada corpo responde de uma maneira.

E isso também depende da variação de altitude à qual você está submetendo seu corpo.

Por exemplo, se seu ponto de partida é um destino com altitude mais elevada, você tende a sentir menos efeitos do soroche do que uma pessoa que está iniciando viagem a partir do nível do mar.

O Comitê Olímpico Internacional estabeleceu uma classificação interessante para avaliar os níveis de altitude e seus efeitos (uma vez que os atletas que viajam para competições esportivas em cidades com elevada altitude podem sentir muito o efeito de soroche):

Nível do mar: de 0 a 500 metros.
Altitude baixa: de 500 a 2000 m. Já se detecta menor desempenho aeróbico.
Altitude moderada: de 2000 a 3000 m. Pode ocorrer mal das montanhas e aclimatação é importante para o desempenho físico.
Altitude alta: acima de 3000 a 5500 m. Pode ocorrer mal das montanhas e aclimatação é obrigatória. O desempenho físico fica muito prejudicado.
Altitude extrema: acima de 5500 m. Exposição prolongada leva a progressiva deterioração clínica.

Sintomas do mal de altitude

Os sintomas do mal de altitude se dividem em primários e severos.

Uma das coisas mais importantes para quem viaja para altas altitudes é aprender a identificar os sintomas do soroche.

Quanto mais cedo você entender que está sofrendo do mal de altitude, mais cedo poderá tomar as providências necessárias para combater os sintomas e evitar o agravamento do quadro.

Sintomas primários do soroche

O sintoma básico de qualquer quadro de mal de altitude é a dor de cabeça. Como a dor de cabeça também é um sintoma da desidratação, você precisa aprender a diferenciar os dois quadros.

Como saber que é soroche? O diagnóstico clínico mais indicativo é feito se você estiver a uma altitude superior a 2000 metros de altitude e sentir dores de cabeça associados a pelo menos um dos sintomas abaixo:

– gastrointestinais (cólicas, enjoos, vômitos ou muitos gases)
– neurológicos (sonolência, fadiga ou fraqueza, tontura, insônia)
– cardiorrespiratórios (edema, inchaço, batimentos acelerados, sangramento no nariz, respiração curta e acelerada).

Se você identificar que está desenvolvendo o quadro clínico do mal de altitude, o mais importante é ficar calmo, reduzir o ritmo do esforço físico e manter-se hidratado.

Tente respirar num ritmo controlado (tem gente que carrega uma bombinha de oxigênio) e procure ajuda médica logo que possível.

Inicialmente, evite deitar e dormir. Especialmente se estiver em regiões remotas e sem ajuda próxima.

Sintomas severos do soroche

Quando o quadro se agrava, os sintomas ficam mais severos e podem colocar a vida em risco. O indivíduo pode desenvolver:

– Edema pulmonar, com tosse seca, febre e/ou falta de ar;
– Edema cerebral, com dor de cabeça que não passa com remédio, dificuldade para caminhar, enjoos fortes, perda de consciência e/ou hemorragia na região dos olhos.

O que fazer para prevenir o soroche?

Para prevenir o mal de altitude, o ideal seria fazer uma “subida controlada”. Ir fazendo escalas em diferentes destinos, aumentando a altitude aos poucos até chegar ao destino de maior altitude.

Mas a gente sabe que quase nunca dá pra ser assim, né?

Então aqui vão algumas medidas que ajudam a evitar o soroche:

Planeje bem o roteiro de viagem

Na hora de montar o roteiro, você tem uma oportunidade para programar sua viagem de forma a viajar tranquilo. E é exatamente isso que você deve fazer!

Nada de correria, nada de atropelar as coisas.

Se tem pouco tempo, considere a aclimatação dentro do cronograma.

Não adianta chegar e já querer embarcar nos passeios mais desejados, se eles envolvem esforço físico e altitude.

No Peru, por exemplo, considere que Cusco está a 3400 metros acima do nível do mar. Já Machu Picchu está a 2400 metros. 

Trilha Intipiku - Conhecendo Machu Picchu

Isso é muita coisa para quem sai aqui do litoral do Brasil, nível do mar. Não dá pra brincar com o soroche.

Faça aclimatação

Nada de decidir subir uma montanha (ou mesmo uma ladeira íngreme) no mesmo dia que chegar a um destino de grande altitude.

As primeiras 24h são um período crítico de adaptação à altitude e você deve evitar abusar do esforço físico.

Faça apenas caminhadas, coma de forma leve e evite bebidas alcóolicas (que favorecem a desidratação).

Tem gente que prefere chegar à noite, para ir direto para o hotel descansar.

Nós chegamos no nosso primeiro destino de altitude, Cusco no Peru, de manhã. Nesse primeiro contato com a altitude, a gente evitou fazer esforços extremos. Nada de correr, nada de levar muito peso. No final, deu tudo certo pra gente. Não sofremos com mal de altitude nessa viagem.

Mantenha-se hidratado

O aconselhado é manter o corpo sempre hidratado, bebendo pelo menos 3L de água por dia.

Chá, balas ou folhas de coca

Na região dos Andes, a mastigação da folha de coca com fins medicinais remete a tempos muito antigos, desde a civilização Inca e outras comunidades que habitaram a região. 

Tem gente que fala que o hábito de mascar coca já tem mais de 8 mil anos de história.

Quem vai duvidar da tradição? Os locais convivem com a altitude há tantos anos que se tem alguém especialista em evitar o mal de altitude, com certeza é o povo andino.

Por isso, é muito comum ver pessoas mascando folhas de coca em Cusco. Se você perguntar o porquê, eles vão dizer que é ótimo para evitar o mal de altitude, pois a coca evita náuseas e tonturas.

Folhas de coca, como evitar o soroche
Créditos da imagem: Gustavo Rios por Pixabay

Hoje a folha de coca já se tornou uma tradição do povo andino. Desde o aeroporto do Peru, já encontramos balas de coca para vender. Nos restaurantes e lanchonetes, encontrar chá de coca é muito comum.

As folhas de coca estavam por toda parte também: no mercado, no balcão de recepção do hostel, em todo lugar.

Experimentei o chá, as balas e as folhas. Confesso que mascar a folha de coca para mim foi muito incômodo. O gosto amargo incomoda.

E, para mim, era impossível manter a “bolinha de folhas amassadas” acumulando na bochecha, como fazem os locais.

As balas de coca para mim não fizeram efeito nenhum. Minha escolha foi o chá de folhas de coca, que tomei sempre que me ofereçam. O gosto é suave e foi com o que mais me adaptei.

Ah, e se você ficou curioso, a resposta é não. Mascar folhas de coca não causa nenhum efeito alucinógeno.

Soroche Pills (as pílulas contra soroche)

Logo no aeroporto de Cusco demos de cara com uma farmácia com o anúncio das Sorojchi Pills.

Esse é um medicamento largamente comercializado nas cidades mais altas da América do Sul, indicado para aliviar os sintomas causados pela altitude.

Nós não usamos, mas é uma das alternativas mais populares entre turistas.

Outros medicamentos:

Alguns medicamentos vendidos aqui no Brasil podem ser utilizados para reduzir os sintomas, ou mesmo de forma preventiva, antes de viajar para a região de altitude elevada.

Conforme o site do Dr. Drauzio Varela, são indicados:

Ácido acetilsalecílico, 3 doses, com intervalo de quatro horas entre cada uma;

Ibuprofeno, 3 vezes ao dia.

Nos dois casos, o medicamento é indicado para diminuir a incidência de dor de cabeça. A primeira dose deve ser tomada uma hora antes de iniciar a subida.

Acetazolamida (vendida no Brasil como Diamox), 1 a 2 vezes ao dia (depende da posologia indicada pelo médico) – utilizado quando o risco é mais elevado. O tratamento deve ser iniciado um dia antes da subida e interrompido na descida.

O remédio é usado para prevenir retenção de líquidos (edema), prevenir e tratar os sintomas da doença aguda das montanhas, entre outras aplicações. Veja mais informações sobre usos e restrições na bula do Diamox.

Atenção: Não faça uso de nenhum medicamento sem antes consultar o seu médico. Nunca se auto-medique.

Especialmente se você tiver outra condição médica associada.

O Diamox, por exemplo, é contra-indicado para pacientes renais ou com níveis baixos de sódio e potássio no sangue, e durante o período da gravidez e amamentação.

O ideal é ir ao médico, explicar o caso, fazer uma bateria de exames e ouvir a opinião de um profissional sobre o seu caso.

Antes de embarcar para o mochilão pela América do Sul, nós fizemos uso do Diamox. iniciamos o tratamento 1 dia antes da viagem e continuamos por 3 dias depois de chegar lá.

A boa notícia é que quase não tivemos qualquer efeito do Soroche durante a viagem. Foi graças ao Diamox? Não acredito que foi somente isso.

Tivemos o cuidado de beber muita água, evitar grandes esforços nos primeiros dias e beber todo chá de coca que encontramos pela frente. Deu certo.

Como tratar o mal de altitude

A primeira coisa que você deve fazer ao identificar que está com sintomas do mal de altitude é manter a calma. Pode parecer meio óbvio, mas é extremamente necessário, especialmente se você estiver num local remoto.

Se você estiver em um local de extrema altitude, como por exemplo o final da trilha da montanha colorida, nos arredores de Cusco, a primeira opção é fazer o caminho de volta – e descer!

De forma emergencial, os grupos de turismo geralmente viajam com suporte de cilindros de oxigênio, se o caso ficar grave. Mas de toda forma, o mais indicado é evitar deitar e não dormir até o alívio dos sintomas críticos.

Se os sintomas chegarem depois de um esforço físico intenso (como, por exemplo, as escadas das ruínas incas no Peru), você pode fazer uso dos remédios aos quais está acostumado para dor de cabeça e enjoo, e diminuir o ritmo.

Tem gente que sente sintomas logo que desembarca no aeroporto. Nesses casos, o ideal é realmente respeitar seu corpo e fazer uma aclimatação, com o mínimo de esforço.

Mantenha a hidratação, ingira apenas alimentos leves e nada de bebida alcóolica. Pense que é melhor ficar no hotel um ou dois dias, do que expor seu corpo a um esforço para o qual ele não está preparado e acabar com os sintomas agravados.

Em casos de sintomas graves ou persistentes, acione o seguro saúde!

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Relato: nossa experiência com altitude

Nossa experiência com a altitude foi, de certa forma, muito mais tranquila do que eu esperava.

Saí de casa com uma verdadeira “farmácia” na mala, levando todos os remédios que eu costumo usar em caso de dor de cabeça, enjoo e febre. Levamos também o Diamox, que começamos a tomar um dia antes da viagem.

Viagem ao Peru

Chegando no aeroporto de Cusco, não sentimos nada fora do comum. No hotel, já comecei a mascar as folhas de coca que estavam disponíveis em toda parte (da recepção até nosso quarto). No almoço, mais chá de coca.

No primeiro dia, evitamos qualquer esforço físico. Como tínhamos a tarde livre, fizemos o city tour arqueológico em Cusco, um dos passeios mais tranquilos da região.

Comida leve sempre, e evitamos bebida alcóolica nesse primeiro dia.

No segundo dia, ainda optamos por um passeio mais tranquilo. Fomos a Maras e Moray, que também não exigiu tanto assim do corpo. Nada de bebida alcóolica ainda e muita água.

Terceiro dia, fizemos a maior aventura (ou loucura) dessa viagem: a trilha Vinicunca, a montanha colorida de Cusco. O final da trilha fica a mais de 5500 metros de altitude.

A gente não tinha sentido nada, mas eu ainda tinha dúvidas se a gente já podia se considerar “aclimatado”.

Para dificultar mais, fiquei menstruada na madrugada desse dia. Eu geralmente tenho sintomas associados como dor de cabeça persistente e dores nas pernas nesse período.

Fomos mesmo assim. Foi difícil? Pra c***lho. Tivemos que parar inúmeras vezes no caminho pra recompor as energias, respirar. E repensar se a gente ia mesmo até o final dessa aventura.

A equipe de apoio (guias e acompanhantes) levaram todo o material de suporte, como cilindros de oxigênio e medicamentos). Além disso, instruíram todos sobre o que fazer caso os sintomas do mal de altitude aparecessem.

Quanto a isso ficamos bem tranquilos, e no fim sentimos apenas o cansaço por realizar atividade física sob condições extremas. Uma leve dor de cabeça, leve dificuldade de respirar. No fim, deu tudo certo!

Na volta, pra comemorar, tomamos a primeira cerveja em Cusco. E nós dois tivemos um efeito imediato: quase dormi na mesa do restaurante, com apenas um copo de cerveja. Como se o efeito do álcool tivesse sido potencializado ao extremo.

No dia seguinte, dor de cabeça. Não chegava a ser ressaca em si, mas uma dor de cabeça leve. Pode ter sido o álcool, a menstruação, o cansaço do esforço extremo, ou tudo junto. Rafael não sentiu nada no dia seguinte.

Pelo resto da viagem, conforme os dias iam passando, ingerir álcool foi ficando mais tranquilo.Mas nunca exageramos, ninguém queria pagar pra ver.

Hidratação sempre. Cansaço no esforço físico, constante. Subir as escadas íngremes das ruínas em Ollantaytambo acompanhando o ritmo do guia foi uma prova de determinação.

Em Machu Picchu, optamos por não fazer as trilhas das montanhas (pra evitar mais esse esforço, já que nossa viagem ainda seguiria na altitude por mais 15 dias). Fizemos apenas a trilha do sol, que é gratuita e tem poucos trechos íngremes.

Mesmo assim, tivemos que dosar o passo. Qualquer atividade física se mostrou bem mais difícil na altitude.

Veja todos os nossos posts sobre o Peru

Viagem a Bolívia

Em La Paz, subir e descer as ruas e ladeiras também foi difícil. Parei pra respirar algumas vezes.

Mas nessa altura, confesso que já estava ficando mais “safa” sobre o ritmo que eu precisava tomar para sofrer menos.

Veja todos os nossos posts sobre a Bolívia

Viagem ao Chile

Quando chegamos ao Chile, já depois de 20 dias viajando na altitude, não sentimos mais nada.

Mesmo nos passeios considerados “um pouco mais pesados”, como Salar de Tara, no Atacama, a gente estava muito tranquilo.

Só um detalhe: não fizemos a trilha até o Vulcão Lascar, o tour mais difícil de todos. Optamos por nos poupar, porque o corpo já estava muito cansado pelo longo tempo na estrada.

Veja todos os nossos posts sobre o Chile

Seguro viagem para destinos de altitude

Embora não seja obrigatório, é essencial contratar um seguro viagem com boa cobertura ao viajar para destinos de altitude.

Na América do Sul, considere como muito importante ter um seguro viagem para Peru, Bolívia e Chile, ou para prática de montanhismo em geral.

A gente não deve contar com a sorte nunca. Mais ainda nesses casos. Viajar sem seguro é um grande vacilo!

Ao acionar o seguro, dependendo da localidade, o médico pode ser encaminhado para o seu hotel e atender você lá mesmo.

Ou você vai ser encaminhado para um hospital para ser atendido. Isso geralmente envolve soro para hidratação e medicamentos para controle dos sintomas.

Em casos de internação, o seguro saúde ainda possibilita que você escolha o hospital que quer ser atendido, mesmo que ele não esteja dentro da rede credenciada.

Depois do atendimento, eles fazem o reembolso dos gastos. Só lembre de guardar todas as notas fiscais.

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Dicas finais sobre mal de altitude

É importante saber que cada corpo é único e vai reagir de um jeito na altitude. O importante é respeitar seus limites e não entrar numa de se desafiar.

Não vale a pena testar pra ver até onde o seu corpo aguenta e depois não conseguir aproveitar o resto da viagem, ou precisar voltar pra casa mais cedo…

Hidratação, sempre.

Mochilinha de remédios na mala, com aqueles que você está mais acostumado a usar.

Converse com um médico sobre a viagem e escute o que ele tem a lhe falar.

Planeje sua viagem

Foto em destaque: Felipe Lopez por Pixabay.

Lila Cassemiro
Klécia Cassemiro (Lila, para os amigos) é fotógrafa, videomaker e editora de conteúdo no blog Fui Ser Viajante. Também é sommelier de cervejas, formada pelo Instituto Science of Beer. Viajante geminiana e curiosa, é especialista em desenhar roteiros fora do óbvio e descobrir os segredos mais bem escondidos de cada destino.
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Comentários:
Fernando disse:

altitude é sempre um problema. nossa primeira vez foi terrível, porém, depois de uma semana estávamos adaptados e eu, em particular, deixei de sentir qualquer efeito. muito oportuno e importante o post, Klécia. um grande abraço.

Rafael Cassemiro disse:

Oi Fernando, a Altitude é realmente um inimigo invisível, e que muitas vezes achamos besteira quando vemos jogos de futebol na altitude. Pelo fato da Klécia ter tido alguns episódios de Asma mais severos quando criança, nos cercamos de cuidados e precauções e tivemos uma passagem pela altitude muito tranquila, não sem algumas pausas na caminhada pra poder respirar com calma! rs
Grande Abraço!