Atualizado em 13/04/2020 by Klécia
Doces típicos de Portugal | A gastronomia de Portugal é conhecida no mundo todo, e parte desta fama veio por conta da tradição dos maravilhosos doces portugueses.
Se você planeja viajar para lá, precisa aprender sobre os doces portugueses para chegar lá sabendo quais doces que você precisa provar em Portugal!
Para te deixar com água na boca, preparamos esse post contando um pouco sobre a tradição dos doces de Portugal.
Também listamos aqui alguns dos doces portugueses mais conhecidos, contando um pouco sobre a relação do doce com a cidade onde ele surgiu e compartilhando curiosidades sobre a criação e as receitas dos doces portugueses.
Preciso dizer que esse post ficou de dar água na boca? Confira!
Você sabia que cada região de Portugal tem suas receitas tradicionais? De norte a sul de Portugal, cada cidade ficou conhecida por produzir um tipo de doce que virou a marca registrada da cozinha local.
A maioria dessas receitas faz parte da chamada “doçaria conventual”, que são as receitas que surgiram nos conventos e mosteiros, inventadas pelas freiras desde o século XV. Ou seja, muitas têm séculos de história!
Entre os ingredientes mais usados estão as gemas de ovos (porque sobravam quando as freiras utilizavam as claras para engomar tecidos) e o açúcar (levado de outras terras colonizadas por Portugal, como o Brasil).
E como na época as receitas não eram escritas e as freiras viviam isoladas, apenas elas sabiam fazer os doces.
As receitas dos doces portugueses eram guardadas como verdadeiros segredos, conhecidos apenas em suas regiões, dentro dos conventos ou por famílias próximas.
A partir da segunda metade do século XVIII, foi decretado o fim dos conventos em Portugal. As freiras então precisaram trabalhar para se sustentarem e a venda dos doces que sabiam fazer foi o meio encontrado por elas.
Assim, as receitas de doces começaram a se popularizar e até mesmo a ganhar novas adaptações por todo o país.
Mas tradição é tradição: cada região de Portugal ainda é conhecida por seus doces tradicionais, e você viajando de norte a sul do país vai poder provar uma enorme quantidade de doces diferentes!
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O pastel de Belém (ou pastel de nata), possivelmente, é o doce de Portugal mais famoso.
É o doce português que vem à cabeça de todo mundo quando se fala da tradição doceira da terrinha, e com certeza o doce mais conhecido da “doçaria conventual”.
O Pastel de Belém é uma casquinha folhada com um creme feito de gemas, leite e açúcar.
O nome vem da região onde a receita foi criada: no bairro de Belém, na cidade de Lisboa. No mesmo bairro você encontra atrações imperdíveis de Portugal, como a Torre de Belém e o Mosteiro dos Jerônimos.
E a Antiga Confeitaria Belém, fundada em 1837 e hoje chamada apenas Pastéis de Belém, acabou se transformando também em um ponto turístico (fica na Rua Belém, 84), sempre com grandes filas de pessoas do mundo todo.
O segredo da receita original, produzida pela Confeitaria Belém, é muito bem guardado.
Tanto que, apesar dessa receita ser bastante reproduzida em todo país, em outros lugares ele é chamado apenas de Pastel de Nata. Pastel de Belém, somente o original.
A diferença da receita (se é que existe), na verdade ninguém sabe. Mas o fato é que, para qualquer morador de Belém, é até um crime chamar qualquer outro pastel de nata de Pastel de Belém!
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Mais um doce português que tem o açúcar e as gemas como base, além de um pouco de água, e também surgiu em um convento.
A história dos doces moles de Aveiro conta que foram as freiras do Mosteiro de Jesus de Aveiro que criaram a receita, ali mesmo na cidade litorânea de Aveiro, que fica na região central do país.
Elas começaram a fazer uma mistura de gemas e açúcar e usá-la para rechear uma massa fina, feita do mesmo material do qual são feitas as hóstias usadas nas celebrações religiosas.
Fora dos conventos, o doce era muito vendido na linha de trem que liga Porto a Lisboa e foi se tornando cada vez mais conhecido. Depois a massa passou a ser feita em formatos que fazem referência ao mar, como conchas e peixes.
Hoje os ovos moles de Aveiro podem ser encontrados por todo o país, mas os mais tradicionais estão na Confeitaria Peixinho (Rua de Coimbra, 9, Aveiro) , que funciona há mais de 150 anos na cidade.
A cidade de Aveiro tem também um museu, a Oficina do Doce (Rua João Mendonça, 23), onde é possível conhecer mais sobre a história e colocar a mão na massa, ajudando na fabricação.
Recentemente, o doce mais famoso da cidade ganhou até um monumento – o Monumento ao Ovo Mole, na Rua Carlos Silva Melo Guimarães, 1, Aveiro.
A cidade de Sintra, na região metropolitana de Lisboa, ficou conhecida não por um, mas por dois doces tradicionais de Portugal.
A queijada é um bolinho feito com ovos, queijo, farinha e canela, que já foi citada até por Eça de Queiróz em uma de suas obras. Sua origem vem do período medieval, já que a cidade tinha grande produção de queijo.
A queijada mais tradicional de Sintra você pode provar na Fábrica das Verdadeiras Queijadas da Sapa, na Volta do Duche 12 (o nome da rua já é bem convidativo, né?).
A receita tradicional dos travesseiros de Sintra é uma massa folhada recheada com creme, que leva ovos e outros ingredientes, como amêndoas. Recentemente, a Confeitaria começou a inovar, trazendo recheios alternativos, como esse de Nutella.
Você pode provar os tradicionais travesseiros de Sintra na Confeitaria Piriquita (Rua das Padarias, 1/18), fábrica criada em meados do século XIX e que funciona até hoje bem no centrinho, administrada pelos descendentes dos fundadores. Lá também é possível provar queijadas e outros doces.
Ao contrário das queijadas, que têm séculos de história, os travesseiros têm origem mais recente, e surgiram na própria Confeitaria Piriquita, no período da Segunda Guerra Mundial, quando a filha da fundadora desenvolveu a receita.
Até hoje, a receita dos travesseiros é um segredo de família guardado a sete chaves. Rapidamente o doce se popularizou e hoje é o mais procurado por quem vai a Sintra.
Mais um item da chamada “doçaria conventual”. Este bolo, muito parecido com um pão doce, leva ingredientes simples como farinha de trigo, ovos, manteiga, açúcar, fermento, um pouco de leite para dar o ponto e canela.
A arrufada tem o formato de uma coroa, com um rolinho menor colocado sobre a parte maior da massa.
Segundo contam, no passado era muito comum oferecer as arrufadas a pessoas doentes, por se tratar de uma receita sem conservantes. Ou como presente da família da noiva para a família do noivo que, em troca, fazia o pedido de casamento.
As arrufadas são um doce tradicional da cidade de Coimbra, e o doce pode ser encontrado em diversos estabelecimentos.
No período da Páscoa é a época mais tradicional para encontrar o doce em Coimbra. Vendedoras com trajes típicos tomam o Largo de Sansão com tabuleiros cheios de arrufadas para serem comidas ainda quentinhas.
Só uma dica: a arrufada é muito grande. Compre para partilhar. E ela lembra um pão doce, mas com sabor suave. Vai bem acompanhada com café num lanche da tarde, por exemplo.
Guimarães é considerada a cidade onde Portugal nasceu, no século XII. Com isso, é também um local onde havia muitos conventos. O mais conhecido era o de Santa Clara, onde surgiu a receita da famosa sobremesa Toucinho do Céu.
Semelhante a um bolo ou pudim, o toucinho do céu leva ovos, açúcar, amêndoas e no início era feito com banha de porco, daí o nome. Depois o ingrediente foi substituído por manteiga, mas o nome se manteve.
Além das freiras, no convento em Guimarães moravam também duas meninas órfãs, sobrinhas de uma delas.
Elas aprenderam o ofício e, depois que o convento foi fechado, passaram a produzir o doce para vender e abriram uma confeitaria.
Atualmente existem muitas versões do doce, que pode ser encontrado em diversas localidades portuguesas.
Mas o mais tradicional está na Casa Costinhas (Rua da Santa Maria, 68), fundada pelas duas meninas e comandada até hoje por familiares.
A Casa Costinhas fica entre o Centro Histórico, que é considerado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO, e o Castelo de Guimarães, principal ponto turístico da cidade.
A variedade de receitas de doces portugueses feitos com ovos e açúcar é grande. E a cavaca é mais um deles.
Tradicional em Resende, pequena vila localizada no norte de Portugal, ao sul do Rio Douro, próxima da Cidade do Porto, a receita das Cavacas leva ainda farinha e um ingrediente secreto que só quem é da região sabe.
O resultado é semelhante a um pão de ló, mas bem amarelo, com massa mais molhadinha, cobertura com uma “capa branca” de açúcar e servido com uma calda.
Não há registros formais sobre o surgimento das cavacas de Resende, mas na região é bem conhecida uma lenda que diz ser uma receita da idade média, criada para ser o bolo de um casamento que não aconteceu.
Então a família, que tinha poucos recursos, fez uma calda com o restante do açúcar e usou para que pudessem conservar o bolo até a nova data.
E ainda hoje as cavacas tradicionais são preparadas como no passado, de forma manual e assadas no forno a lenha.
Dois lugares indicados para conhecer o doce são Cavacas da Adozinda (Jardim 25 de Abril) e Restaurante Bengalas (Rua Dorival Marcondes Godói, 285).
Esposende é uma pequena cidade portuguesa com muitos atrativos naturais, próxima a Braga, no norte do país.
O local onde se come a versão original dos Pastéis de Lili (ou Clarinhas de Fão) é na antiga Pastelaria Clarinha, fundada pelas mulheres que criaram a receita. Hoje a doceria se chama De Lili & Cª Gourmet (Rua 1º de Dezembro, 57), mas pertence a mesma família.
Como o doce se popularizou bastante na região, é possível encontrar os Pastéis de Lili em diversas pastelarias de Esposende, mas a receita original é da De Lili & Cª Gourmet.
A receita original é conhecida por passar de geração em geração, de avós para netas, permanecendo como segredo de família.
O nome mais antigo desse doce português, Clarinhas, é uma referência ao nome da avó das mulheres que começaram a fabricação do doce, há mais de cem anos.
Mais recentemente, também passou a ser chamado de Pastéis de Lili, em referência a Dona Deolinda, avó das atuais fabricantes e proprietárias da doceria.
Os pastéis de Lili tem formato bem semelhante ao que conhecemos como pastel aqui no Brasil, sendo frito com massa bem fina, recheio cremoso e todo coberto por açúcar, o que dá seu aspecto característico.
Não disse que esse post ia te deixar com água na boca?
Estes são alguns dos tradicionais doces portugueses, com suas receitas centenárias e cheias de história, que com o passar do tempo mantiveram ou até aumentaram sua popularidade, se tornando parte da cultura do país!
Por isso, se pretende visitar Portugal, não deixe de incluir cada um desses lugares em seu roteiro para conhecer todas as sobremesas típicas.
Uma viagem se faz, também, pelos novos sabores que provamos pelo caminho.
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Desses todos eu só conheço o Pastel de Belém, e adoro!!! Preciso provar os outros. Gostei das queijadas e travesseiros de Sintra, parecem deliciosos e não muito doces. Parabéns pelo post.
Sim, vale a pena ir a Sintra e provar os dois, são deliciosos!
Que delícia esse post sobre os doces portugueses. Os travesseiros de Sintra com certeza estão se modernizando, ainda não experimentei o de Nutella fiquei com vontade!!
Nossa, muito delicioso com Nutella! Mas confesso que o tradicional ainda é melhor!
Tudo o que eu queria agora era Toucinho do Céu haha. Adoro doces portugueses! Amei o post, deu água na boca!
Eu AMEI esse toucinho do céu! E juro que queria voltar em Portugal só pra provar tudo de novo!
Quando estivemos em Lisboa comemos pastel de nata em cada lugar que passávamos, e claro que enfrentamos a fila pra comer o pastel de Belém!!
Nossa, fiz exatamente a mesma coisa hahahaha
Eu sou uma formiga, amo doces, quando vou a Portugal me esbanjo nos doces portugueses típicos. Minha vida por uns ovos moles agora! hehehe
Nossa, queria muito também :D